A covardia da Globo diante de Jair Bolsonaro vai sair cara para ela mesma — além, é claro, do país.
A emissora decidiu na noite de segunda-feira, dia 22, cancelar o debate presidencial programado para sexta.
Com a fuga de Bolsonaro, que enviou uma carta informando que enfrenta “limitações em virtude da bolsa de colostomia”, iria ao ar uma sabatina de Fernando Haddad.
Esta será a primeira eleição desde 1989 sem confronto entre os finalistas no segundo turno.
Bolsonaro e Haddad chegarão às urnas sem exporem suas diferenças, um diante do outro, para o eleitorado.
O extremista mente para a Globo ao dizer que se trata de problema de saúde.
Já admitiu que é estratégia de campanha e citou que seria “apenas um bate-boca”. A Globo se deixa engazopar por interesse.
A TV Cultura agiu corretamente e pôs Haddad, sozinho, no centro do Roda Viva.
O convite havia sido feito aos dois, mas o ex-capitão se recusou a participar. Democraticamente, Haddad foi entrevistado.
A Globo continua tentando normalizar o extremista.
Um dia após ele declarar que vai banir e prender opositores, Camarotti e companhia faziam sua peroração em torno do “compromisso democrático”, ou algo que o valha, dos dois pleiteantes à presidência da República, como se fossem iguais.
Um quer conversar e discutir propostas com o oponente. O outro prefere fazer ameaças pelas redes sociais.
A Globo cede à chantagem do sujeito.
Daqui a 50 anos, a neta de Miriam Leitão recitará, titubeante, um pedido de desculpas lido num teleprompter.