A defesa abjeta da Lava Jato feita por Barroso na Globo é o túmulo da Justiça. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 12 de junho de 2019 às 9:47
Moro, Barroso e Dallagnol (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

A Globo contará sempre com uma cota de ministros no STF disposta a abraçar suas teses.

Ali estará, impávido e infalível como Elton John, com seus anéis (para que tantos, Jesus?), as bochechas rosadas e as gravatas cor-de rosa, acaciano, Luiz Roberto Barroso.

Entrevistado pela serviçal Andréia Sadi, da GloboNews, a respeito do escândalo da Lava Jato, Barroso enxerga uma “euforia de corruptos”.

Fez um longo preâmbulo sobre a necessidade do juiz falar “ao final da apuração dos fatos”.

“O que é certo é certo, o que é errado é errado”, diz, iluminado.

“Não é hora de formar juízos sobre isso, ainda”.

Esse blablablá, contudo, não o impediu de dar sua sentença.

“Eu até tenho dificuldade de entender um pouco essa euforia que há em torno disso se houve algo pontualmente errado aqui ou ali”, diz.

Algo pontualmente errado?? Vale tudo, então? Os fins justificam os meios?

Milhares de brasileiros que vibraram com a confirmação de suas suspeitas sobre a República de Curitiba são ladrões, portanto, segundo Barroso.

“Não há nada a celebrar”, afirma.

“A única coisa que se sabe ao certo, até agora, é que as conversas foram obtidas mediante ação criminosa. E é preciso ter cuidado para que o crime não compense”.

O crime não compensa: isso é o melhor que um magistrado da mais alta corte do país consegue produzir de reflexão.

Barroso se refere a um hackeamento que, para todos os efeitos, foi desmentido pelo Telegram.

Globo, o Antagonista e outros estão se vacinando diante do que o site de Glenn Greenwald deve mostrar sobre eles.

O lamaçal vai respingar no TRF 4 e no Supremo.

Estará Barroso no meio da festa?