A divisão ideológica: os humanos e os monstros. Por Fernando Brito

Atualizado em 8 de maio de 2020 às 23:24
Protesto de enfermeiros em frente ao Planalto foi atingido por grupo de bolsonaristas, que negou gravidade da pandemia / Scarlett Rocha/Mídia NINJA

Publicado originalmente no Tijolaço:

Por Fernando Brito

O anunciado churrasco de Jair Bolsonaro, amanhã, será para “comemorar” 10 mil brasileiros mortos e 150 mil contaminados pelo novo coronavírus.

Estamos chegando lá, afinal.

751 mortes em um dia, com 10 mil novos casos em 24 horas dever ser, para os adoradores da morte, algo a festejar, mesmo.

Nos tempos macabros que estamos vivendo, nada disso é imaginar demais.

Não é surpresa alguma a escalada das mortes e se engana quem acha que chegamos sequer ao meio do caminho nesta jornada de horror.

Mantida a mesma proporção de crescimento desta semana, na próxima sexta-feira os mortos serão mais de mil por dia e os infectados perto de 300 mil.

Mas aos “homens de bem” só interessa a máquina de ganhar dinheiro, só interessa que ela continue nutrir de gente a sua perda de humanidade.

Nenhum deles vai pedir que se salvem vidas, nenhum deles é capaz de dizer que tudo mais é secundário, que a economia é uma porcaria perto de pais, mães, irmãos, filhos…

Um dia, e não está longe, esta pandemia vai separar o Brasil muito mais que qualquer ideologia.

Entre seres humanos e monstros.