A dupla Marta-Matarazzo, ou “MaMata”, chegou para dividir o PSDB em São Paulo. Por José Cássio

Atualizado em 27 de julho de 2016 às 17:17
Marta e Matarazzo, a dupla Ma-mata
Marta e Matarazzo, a dupla MaMata

 

“É uma aliança esdrúxula, meio cobra com jacaré, vamos ver o que é que vai dar”.

A senadora Marta Suplicy (PMDB) arrancou gargalhadas da platéia ao tentar definir a presença de Andrea Matarazzo (PSD) como candidato a vice-prefeito na sua chapa na corrida pela prefeitura de São Paulo.

Falando para um grupo de empresários da zona Oeste da cidade, Marta classificou a aproximação com o vereador como transformadora. “Agora nós temos o melhor do azul, sem perder o coração do vermelho”, disse.

Desconsiderando que Matarazzo está no PSD de Gilberto Kassab, a senadora afirmou que a chapa terá apoio do PSDB.

“É um grupo muito bom”, disse Marta. “Tem aí o Serra (ministro das Relações Exteriores de Michel Temer), o Goldman (ex-governador de São Paulo), o Zé Aníbal (senador pelo PSDB) e o próprio Fernando Henrique. E do outro lado temos nós que não ficamos no PT, mas que temos um compromisso e uma relação bastante forte com os moradores da periferia”.

A senadora disse que não conhecia direito Andrea Matarazzo, que é primo do seu ex-marido, Eduardo Suplicy, mas que sabe que ele “tem mania de arrumar as coisas”. Com Andrea de vice-prefeito, Marta afirmou que um dos seus objetivos é “ver a cidade sem sujeira e com asfalto de boa qualidade que não esfarela na primeira semana”.

A despeito do bombardeio de críticas que sempre trocou com os neo-aliados, Marta ressaltou que houve sintonia em projetos. “Eles integraram o bilhete único com o metrô e mantiveram a expansão do Ceus”, disse.

Sobre a administração do prefeito Fernando Haddad, a candidata do PMDB ressaltou a questão orçamentária.

“Eu trabalhei com R$ 13 bilhões por ano, que, corrigido, é algo em torno de R$ 30 bilhões. O orçamento atual da cidade é de R$ 50 bilhões. São R$ 20 bilhões a mais, então não é possível reclamar de falta de dinheiro”.

Marta foi efusivamente aplaudida quando criticou as ciclovias em zonas comerciais, embora tenha dito que a política de mobilidade passa por outros modais além do carro e do transporte coletivo.

Ela também defendeu a transferência da Ceagesp para uma área próxima do rodoanel, como pretende o prefeito Fernando Haddad. E disse qual será a sua prioridade caso venha a ser eleita.

“Eu vou investir na saúde. Essa será a prioridade da nossa administração”, afirmou. “Vamos informatizar o sistema e trabalhar para acabar com as filas no atendimento”.

A senadora do PMDB, que é relatora do projeto de implantação do “Simples Nacional”, comentou que o seu modelo de gestão foca a descentralização das decisões, e que o seu objetivo é modernizar a cidade.

“Precisamos apostar na informatização. E informatizar não é por rede wi-fi em praças”, disse ela. “Nosso objetivo é criar o cartão-cidadão, que vai integrar os moradores com os serviços oferecidos pela prefeitura”.

O que restou saber, e não ficou claro para o grupo de empresários ao final do encontro, é se a dupla “Martarazzo”, “MaMata” ou cobra com jacaré, como prefere a senadora, vai mesmo contar com o apoio do PSDB, cujo candidato, oficialmente é outro: o publicitário João Doria.