A eleição de Trump e o peso em uma eventual prisão de Bolsonaro

Atualizado em 4 de novembro de 2024 às 9:48
Jair Bolsonaro e Donald Trump: o ex-capitão acredita que o republicano será um aliado importante contra as acusações que pesam contra ele. Foto: Alan Santos / PR

Às vésperas de enfrentar um possível indiciamento pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vê em Donald Trump um potencial aliado para se defender das acusações que enfrenta.

Integrantes da família Bolsonaro têm assegurado aos aliados do PL que o próprio Trump teria se comprometido em apoiar o ex-capitão caso vença as eleições presidenciais dos Estados Unidos, conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo.

Entre apoiadores bolsonaristas, há grande expectativa de que Trump possa pressionar, tanto nas redes sociais quanto em esferas oficiais, na tentativa de posicionar Bolsonaro como uma espécie de “perseguido político”, desconsiderando as acusações da Justiça Eleitoral e da PF. A expectativa é de que, com a vitória de Trump, essa imagem de vítima seja reforçada, enfraquecendo o peso das denúncias.

Ainda, existe a avaliação de que Trump, se eleito, poderia exercer pressão em relação à inelegibilidade de Bolsonaro, tentando reverter a situação. No entanto, integrantes do Judiciário brasileiro não acreditam que qualquer pressão externa influencie as decisões sobre o ex-presidente.

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) citam o caso de Elon Musk, que enfrentou atritos com o ministro Alexandre de Moraes e, após ver sua plataforma, o X, suspensa no Brasil, foi obrigado a cumprir as ordens do tribunal.

No último domingo (4), Bolsonaro divulgou um vídeo nas redes sociais em que manifesta apoio a Trump. No gravação, ele destaca a postura do governo do republicano, afirmando: “Em seu governo, os Estados Unidos projetavam poder. Não tivemos guerra. A paz se fez presente em todo o globo. Hoje vemos guerras, a volta do terrorismo e a censura aprisionando a todos.”

O ex-capitão demonstrou esperança em uma possível vitória de Trump, descrevendo isso como “a certeza de um mundo melhor.” Segundo ele, esse retorno representaria um cenário “sem guerras, terrorismo e com o retorno da liberdade em toda sua plenitude.”

Ele concluiu a mensagem dizendo: “Em nome de todos os brasileiros que amam Deus, o Estado de Israel, respeitam a família, a propriedade privada, o livre mercado e a liberdade de expressão — nossos votos de sucesso.”