A embaixadora encarregada de neutralizar articulação golpista de Eduardo nos EUA

Atualizado em 27 de maio de 2025 às 14:54
A embaixadora do Brasil nos Estados Unidos, Maria Luiza Ribeiro Viotti, durante evento da ONU (Organização das Nações Unidas). Foto: Evan Schneider

Maria Luiza Ribeiro Viotti, embaixadora do Brasil nos Estados Unidos, tem atuado para neutralizar a articulação golpista do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no país. O parlamentar tem buscado sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), junto a aliados do presidente Donald Trump.

Segundo a coluna de Paulo Cappelli, a embaixadora recebeu a missão do Itamaraty e tem conversado com membros da diplomacia americana, além de parte da cúpula da secretaria de Estado, comandada por Marco Rubio. O objetivo é demover autoridades locais de avançar em punições contra Moraes e outras figuras brasileiras.

Fontes do Itamaraty relatam que Viotti tem destacado a cooperação histórica entre Brasil e Estados Unidos nas conversas com autoridades americanas. Ela argumenta que as sanções contra Moraes, vistas como um ataque à soberania nacional, podem implodir a relação.

A diplomata representou o Brasil durante a posse de Trump. Indicada por Lula, Viotti se tornou a primeira mulher brasileira a comandar a embaixada do país no território americano.

Eduardo Bolsonaro na Cpac, conferência conservadora, nos Estados Unidos, em fevereiro deste ano. Foto: Reprodução

A embaixadora foi encarregada da tarefa após o governo Lula entrar em alerta com a ameaça de Marco Rubio. Na última semana, o secretário afirmou que existe uma “grande possibilidade” do governo americano punir Moraes com a Lei Magnitsky.

Além do Palácio do Planalto, o próprio Supremo tem atuado contra a articulação golpista de Eduardo no país. A Corte instaurou um inquérito nesta segunda (26) para investigar o parlamentar por coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

O deputado é acusado de buscar sanções contra membros do Judiciário para afetar o processo sobre a trama golpista, que tramita no Supremo e tem como alvo principal seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.