A era da estupidez. Por Fernando Brito

Atualizado em 28 de novembro de 2019 às 17:13
Jair Bolsonaro. (Mauro Pimentel/AFP)

Publicado originalmente no Tijolaço:

A terra ficou plana, Jesus esqueceu o Monte das Oliveiras e preferiu as goiabeiras, nossa diplomacia fala grego, tupi e latim e, em todas línguas do mundo, só asneiras.

Nossos peixes, inteligentes que só, desviam do óleo, nossos irmãos negros deviam dar graças pela escravidão, nossos estudantes plantam maconha e sintetizam anfetaminas nos laboratórios de química, para garantir a produção de balbúrdia sem depender de importação e vamos permitir que todos andem armados, pois assim, com o excludente de ilicitude, poderão ser baleados sem o incômodo de um processo.

Ah, sim, o presidente da República e a polícia dizem que são os ambientalistas que ateiam fogo à floresta e um ministro insinua que também lançam óleo ao mar. Fritar hambúrguer passou a ser currículo para representar o país nos EUA e o Twitter passou a ser a Voz do Brasil, diário extraoficial, mas não muito, do Governo.

Tem mais, claro: golden shower, faz-se ofensas à mulher do Presidente da França, invoca-se o AI-5 para proteger a democracia, o porteiro comete crime contra a segurança nacional e protege-se o Queiroz como essencial à segurança nacional e um desbocado charlatão vira Guru da República.

Falta alguma coisa?

Pois eu digo que não falta nada que mais falta faça que Sérgio Porto, o Stanislau Ponte Preta que recolha, com humor esta tragédia.

Só isso, pois até o dedo-duro, personagem principal entre os imbecis pró-ditadura voltaram, agora sob o nome pomposo de delatores premiados.