“A esquerda vem com força”: Como Hugo Motta avalia o cenário de 2026

Atualizado em 22 de setembro de 2025 às 20:40
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente da República, Lula. Foto: Andre Borges/EFE

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta segunda-feira (22) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve chegar com força à disputa pela reeleição em 2026. Segundo ele, a esquerda está organizada em torno de Lula, enquanto a direita ainda não conseguiu se consolidar em torno de um nome.

Motta destacou que a defesa da soberania, adotada pelo governo em resposta a sanções impostas pelos Estados Unidos, reforçou a imagem de Lula no cenário interno. “A esquerda cresceu do ponto de vista da comunicação, e o presidente vem para a reeleição com força”, disse durante evento promovido pelo banco BTG Pactual em São Paulo.

O parlamentar lembrou que pesquisas recentes indicaram melhora na popularidade do governo diante da crise gerada pelo tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, pela cassação de vistos de autoridades e pela aplicação da Lei Magnitsky contra membros do Judiciário. Para Motta, a mudança no slogan oficial para “Do lado do povo brasileiro” ajudou a consolidar esse discurso.

Ao analisar a direita, Motta afirmou que a falta de clareza sobre o papel do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições contribui para a desorganização. “A direita está um pouco mais desorganizada, porque não se sabe o que Bolsonaro vai fazer, quem ele vai apoiar”, declarou.

Ele citou como possíveis presidenciáveis os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ratinho Júnior (PSD-PR) e Ronaldo Caiado (União-GO). Para Motta, a disputa deve seguir o padrão polarizado de 2022, com o Brasil dividido entre os dois principais campos políticos.

Questionado sobre seu posicionamento, o presidente da Câmara disse que vai aguardar a definição do Republicanos, partido comandado por Marcos Pereira. Motta afirmou ainda que, pela função que ocupa, considera mais adequado não antecipar sua preferência para 2026.