A estranha reação dos eleitores do PSDB ao avatar com as cores LGBT

Atualizado em 1 de julho de 2015 às 15:34

AVATAR

 

 

Na última sexta-feira (26), o casamento igualitário para gays e lésbicas nos Estados Unidos foi aprovado pela suprema corte norte-americana, gerando uma comoção das pessoas, héteros ou homossexuais, cisgêneros ou trans, com avatares coloridos no Facebook. Entre os políticos brasileiros, Lula foi o primeiro a se manifestar, seguido por Dilma Rousseff, Luciana Genro, Eduardo Jorge, Eduardo Suplicy, a deputada Mara Gabrilli, entre outros.

Os senadores Aécio Neves e José Serra, além do governador Geraldo Alckmin, não se manifestaram e até reduziram as interações nas redes sociais no final de semana. Nem a ex-presidenciável Marina Silva fez qualquer aceno de simpatia à causa gay. Seguiram a mesma cartilha de Levy Fidelix e Pastor Everaldo, políticos nitidamente reacionários.

Ou seriam todos eles reféns de eleitores reacionários?

Um tucano ajuda a responder esta pergunta. No dia seguinte à aprovação do casamento gay, Fernando Henrique Cardoso foi uma exceção no PSDB e colocou dois avatares coloridos, um com sua foto e outro com diversas causas pró-minorias.

Um leitor e provavelmente seu ex-eleitor prontamente se manifestou: “Achei ridículo, me perdoe a sinceridade”. “Ir nessa modinha besta é uma bola fora”, disse outro. A cereja do bolo ficou com um terceiro: “Fernando Henrique Cardoso não tem nada a ver com a direita conservadora. Sempre foi baba ovo de Antonio Gramsci e promotor do marxismo cultural”.

A decisão da justiça americana e a campanha promovida pela Casa Branca e pelo presidente dos EUA, Barack Obama, representam um profundo avanço das causas progressistas. Viu-se, no Brasil, um protesto virtual pelos crimes que são praticados contra gays, lésbicas e trans no país. Nossas leis permitem a união estável entre pessoas do mesmo sexo, mas carece de leis mais abrangentes para coibir os crimes contra homossexuais.

Um avatar colorido é apenas um avatar e não representa verdadeiramente a luta dos gays. Trata-se de uma linguagem e de um meme de internet. No entanto, palavras e imagens podem se transformar em ações efetivas de inclusão social.

Vi amigos meus homossexuais comemorando a atitude de pessoas heterossexuais de mudar a sua foto para a bandeira colorida da causa gay.

Entre os reacionários, eles preferiram compartilhar a foto de uma criança morrendo de fome na África e reclamar que os direitos de minorias não são tão importantes.

São os mesmos que chamam o Bolsa Família de “bolsa vagabundo”.

É essa a nata do pensamento conservador que está nas fanpages de políticos como Aécio e Alckmin. E é por isso que eles não podem demonstrar simpatia às causas progressistas.