A estratégia do Senado para reduzir a tensão entre Marcos do Val e o STF

Atualizado em 15 de agosto de 2025 às 11:02
O senador Marcos do Val (Podemos-ES). Foto: Reprodução

O Senado Federal pressiona o senador Marcos do Val (Podemos-ES) a se afastar temporariamente do mandato para tentar conter a crise com o Supremo Tribunal Federal (STF), conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo.

Do Val, que cumpre medidas cautelares e usa tornozeleira eletrônica por ordem do ministro Alexandre de Moraes, resiste à proposta de tirar uma licença médica para tratar da saúde mental — alternativa defendida pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), como forma de reduzir a tensão.

Segundo interlocutores, até familiares do parlamentar foram procurados para convencê-lo a aceitar um afastamento de 180 dias. “Eu vou tirar [licença saúde] para falarem que estou doido? Eu não estou doido”, rebate Do Val.

Alcolumbre avalia outras possibilidades, como licença por interesse particular ou suspensão do mandato. A medida busca evitar um embate direto com Moraes, que, na semana passada, se reuniu reservadamente com senadores para tratar do caso. Nesse encontro, foi discutida a possibilidade de o STF rever a medida da tornozeleira em troca de uma solução articulada pelo Senado para afastar Do Val.

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O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Foto: Reprodução

A indefinição persiste, e Alcolumbre tenta evitar que o Conselho de Ética seja acionado para suspender o senador, o que poderia ampliar o desgaste político, especialmente com a base bolsonarista.

Internamente, colegas reclamam que Do Val monopoliza conversas no Senado com críticas a Moraes — a quem chama de “Xandão” — e afirmam que ele vive em “realidade paralela”. Apesar de orientações para permanecer no Espírito Santo e reduzir a exposição, o senador mantém presença em Brasília.

“Marcos do Val virou um problema para todo mundo. Não podemos deixar o Senado inteiro se lascar por causa dele, mas temos de dar uma resposta corporativista, institucional. Também não podemos jogar um senador na berlinda”, afirmou um parlamentar.