
O deputado federal Evair Vieira de Melo (PP-ES), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), encaminhou um pedido formal à Presidência da Câmara dos Deputados para que Eduardo Bolsonaro (PL-SP) possa exercer seu mandato remotamente a partir dos Estados Unidos. O requerimento foi enviado na segunda-feira (2) ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Desde 20 de março, o filho do ex-chefe do governo está em solo norte-americano, em um autoexílio. Segundo o documento, assinado por Melo, a solicitação se justifica por um suposto “estado de insegurança jurídica e risco à sua liberdade pessoal no território nacional”.
No pedido, Evair de Melo afirma que a medida não representa um privilégio: “Tal medida não se trata de privilégio, mas de garantia mínima de isonomia, coerência institucional e respeito às prerrogativas parlamentares asseguradas pela Constituição”.
O Brasil vive um estado de exceção!
Eduardo Bolsonaro está sendo perseguido por denunciar a verdade!
Protocolamos pedido para que ele exerça seu mandato do exterior.
Não é privilégio — é defesa contra a tirania de um STF militante!#LiberdadeJá #DoisPesos #ForaPT pic.twitter.com/eAcu8NCchP— Evair de Melo (@EvairdeMelo) June 3, 2025
A solicitação acontece em meio à intensificação do embate entre aliados de Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente após a abertura de inquéritos contra Eduardo Bolsonaro por crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigação envolvendo organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O filho de Jair Bolsonaro está licenciado do mandato desde março e, nos Estados Unidos, tem se reunido com parlamentares norte-americanos. Nesses encontros, segundo relatos, ele tem feito críticas ao ministro do STF Alexandre de Moraes e tentado convencer membros do governo Donald Trump a aplicar sanções contra o magistrado.
Evair de Melo alega que essas atividades foram “injustamente criminalizadas” e vistas como ameaças à soberania nacional. O deputado também argumenta que Eduardo estaria sendo vítima de perseguição judicial no Brasil.