
O encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, previsto para domingo (26) na Malásia, é acompanhado com expectativa pelo setor produtivo brasileiro. Representantes da indústria avaliam que a reunião pode iniciar um processo de reaproximação comercial entre os dois países, embora sem resultados imediatos. Com informações da coluna da Míriam Leitão, no O Globo.
De acordo com o ex-secretário de Comércio Exterior Weber Barral, sócio da BMJ Consultores Associados, o encontro deve servir para definir temas e prazos das futuras negociações. Ele afirmou que a pauta incluirá questões complexas, como o comércio de terras raras, e que o diálogo precisará envolver diferentes órgãos dos dois governos antes de gerar acordos concretos.
O presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, avaliou que há espaço para avanços graduais. Segundo ele, o Brasil possui produtos e mercados de interesse para os Estados Unidos, e a retomada do diálogo pode favorecer ajustes nas tarifas impostas às exportações brasileiras.

Velloso mencionou que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, apresentou em Washington um pedido de trégua no acréscimo de tarifas sobre produtos brasileiros. A proposta seria reduzir temporariamente o adicional de 40% para 10% durante o período de negociação, estimado em cerca de 90 dias.
Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel, o encontro deve gerar apenas sinais iniciais. Ele destacou que o objetivo é aproximar o Brasil da situação dos demais países do Mercosul, que enfrentam sobretaxas menores, e que avanços mais significativos devem ocorrer ao longo de 2026.
O encontro entre Lula e Trump será o primeiro presencial desde que ambos assumiram seus mandatos. A reunião ocorre após um breve cumprimento durante a Assembleia Geral da ONU e uma conversa telefônica recente entre os dois chefes de Estado.