A exploração desonesta, e patética, da facada. Por José Cássio

Atualizado em 6 de setembro de 2020 às 12:20
Xarope

É obvio que ninguém deve escarnecer da dor do outro.

Dito isto, importante ressaltar que também não é certo, para o homem público, tirar proveito de determinados fatos num ilusionismo sem fim e picareta.

É o caso do atentado sofrido por Bolsonaro dois anos atrás, quando levou uma facada na barriga desferida por Adélio Bispo.

O Brasil sinceramente sofreu.

Mais que a agressão a uma pessoa, inaceitável sob todos os aspectos, Adélio Bispo atentou contra a democracia, contra o direito legítimo de manifestação.

Só que a família Bolsonaro não enxerga dessa maneira e faz deste fato algo muito além da realidade.

Invés de levantar a mão aos céus e agradecer a recuperação do capitão da reserva, fazem disso uma bandeira de luta e uma causa de vida.

Fosse apenas isso, vá lá, passa.

O problema é que os Bolsonaros mentem. Mistificam um incidente e o transformam em arma.

Adélio seria um infiltrado do PSOL para matá-lo, quando a PF já garantiu mil vezes que ele agiu sozinho e o psiquiatra mandou interná-lo num hospital de loucos.

Mas o que isso importa para um grupo que trouxe para o Brasil o horror das fake news?

O que isso importante para um grupo de envolveu o imaginário do povo brasileiro na violência da milicia, no arbítrio, na maldade contra as minorias, para ficar em poucos exemplos?

Esse domingo, 6, marca a passagem dos dois anos da facada.

A família não deixou passar em branco. Está explorando o fato até o limite e foda-se o resto, para usar um português correto.

Carluxo, o chefe da turma, está tuitando desde o início da manhã e pôs os robôs para funcionar.

Neste post, meio incompreensível na verdade, pela fragilidade mental do rapaz, Carlos apela para um sentimentalismo que seria cômico se não fosse tão trágico.

Pobre Brasil.