O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta terça-feira (18) que a “extrema direita ainda é e será um desafio”. Durante entrevista à coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o petista ainda disse que não é ‘fácil domesticar’ extremistas. Confira:
O que o senhor vê hoje de sua janela de ministro da Fazenda?
A extrema direita ainda é e será um desafio. Ela encontrou um canal de comunicação com as pessoas. Sabe usar e abusar disso. E não vai se dissipar com facilidade.
A classe dominante tentará envernizar essa força e dizer: “Agora que o Bolsonaro está inelegível, o que restou do bolsonarismo é uma coisa respeitável”.
Na minha humilde opinião, é a fábula do escorpião. Uma vez extremista, você não domestica com muita facilidade assim, não.
Uma das bandeiras de Lula é trazer o país à normalidade democrática e reestruturar programas interrompidos pelo governo anterior. Posto isso, não falta até agora um projeto claro de país, uma ambição maior a ser apresentada aos eleitores?
Em julho de 2003 [referindo-se ao primeiro mandato presidencial do PT] também não estava claro para a sociedade a que veio o Lula.
Ele falava em acabar com a fome e em transformar o Brasil em um país de classe média.
Se depender de mim, na semana passada eu apresentei para o presidente um plano de transição ecológica que tem uma dimensão ambiental, social e energética, e que pode transformar o Lula num líder para além do que ele já é no mundo.