A fã de Bolsonaro que invadiu o Planalto é um recado do fascismo para a democracia. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 9 de abril de 2016 às 0:48
Kelly Bolsonaro é escoltada para fora do Planalto
Kelly Bolsonaro é escoltada para fora do Planalto

 

Na série de encontros que Dilma está tendo no Palácio do Planalto, ela recebeu na quinta (7) representantes da Marcha das Margaridas e da Central Única de Trabalhadoras (CUT), além de convidadas.

Durante o ato, depois de alguns discursos, uma militante bolsonarista chamada Kelly Cristina, aka Kelly Bolsonaro, invadiu o local.

Vestia o modelito clássico do fascista moleque, do neofascista: camiseta escrito “Impeachment é democracia” nas cores da bandeira nacional, que foram usurpadas por esse pessoal.

Quando sua presença foi percebida, KB foi retirada aos gritos de “golpistas não passarão” e “Fora Bolsonaro”. Saiu incólume, escoltada pela segurança.

Kelly é uma cria desses tempos em que os cretinos perderam a modéstia e ganharam os holofotes. Há alguns meses, entrou no campo durante um jogo entre Flamengo e Fluminense com uma placa “Fora Dilma”.

Antes disso, acorrentou-se com seus iguais numa coluna do Salão Verde da Câmara. Absolutamente sem noção, Kelly, que se define no Facebook como “figura pública” (??!!), é também perigosa.

1700 pessoas no Palácio. Uma delas entra para provocar as demais. E se acontece algo?

Esse é o intuito do tipo de animal de rua inventado por gente como Bolsonaro: criar confusão e instabilidade para responsabilizar os “comunistas”.

Numa manifestação contra o golpe
Numa manifestação contra o golpe

 

Abusa dessa tática. Em sua página, postou uma foto na manifestação contra o golpe em Brasilia no dia 18. No meio das camisetas vermelhas, lá está a canalha com seu uniforme e um cartazete escrito “Impeachment Já”.

A tática, além de suicida, é um tiro no pé porque engorda a manifestação alheia.

Mas o que vale é a inversão. “Defendi o que 90% do país quer: a saída da Dilma”, disse Kelly ao site Metrópoles. “Eu me sinto violentada e estuprada de certa forma. Me tiraram o direito de me manifestar. Não existe democracia”.

A democracia de Kelly é a que foi estabelecido por seu guru Bolsonaro: feita de incivilizados, racistas, provocadores baratos, patriotas equivocados, desocupados e corruptos.

“Em vez de cotas, deveriam dar passagens de volta pra África para aqueles que choram pelo passado que nem viveram”, escreveu KB.

Kelly e seus apaniguados são um perigo interno diferente, com potencial destrutivo grande, apesar do patético (patético como  Mussolini).

Nada é tão importante como resistir e derrotar o que Bolsonaro e seus fieis representam. Expulsá-los do Planalto, como aconteceu com Kelly Cristina, é um triunfo para a democracia.