A força do “ele, não” e o caminho para Haddad. Por Fernando Brito

Atualizado em 24 de setembro de 2018 às 16:35

PUBLICADO NO TIJOLAÇO.

Por Fernando Brito.

Não precisa ser especialista em marketing eleitoral para ver o que significa o dado ressaltado hoje, em manchete, por O Globo: “Entre as mulheres, 51% ainda estão sem candidato a presidente“, quando a resposta é espontânea. Idem na estimulada: 22% entre as mulheres contra 12% entre os homens, na soma de “não sabe” + “brancos e nulos”.

Nada diferente do que foi registrado aqui como o que procurava o programa eleitoral de Haddad no sábado.

Era a fraqueza que, embora endógena a um candidato que se apresenta como “a alvorada do macho”, Jair Bolsonaro procurava compensar até com vídeos fake, produzido com imagens que se vendem por uns trocados na internet.

Procurava, mas foi atropelado pelas patas de seu vice, Hamilton Mourão, que classificou os lares mantidos por mães e avós como “fábrica de desajustados”.

Então, embora com uma origem de classe média – mas com potencial de permear a sociedade, inclusive por conta da adesão de personagens populares – veio o “ele, não”.

Vai se configurando, por conta da fraqueza dos demais candidatos e pelo perfil pessoal de Fernando Haddad um outro fator, além do imenso fator Lula, a favor do candidatura petista, que já se apontara aqui: um “voto útil feminino”.

E não só delas.