A Globo “perdoa” o PT, desde que o partido ajoelhe no milho para, depois, ser massacrado como sempre

Atualizado em 11 de julho de 2020 às 15:20
Cunha e João Roberto Marinho da Globo: retratos do golpe

Ascânio Seleme, colunista do Globo, ex-diretor de redação com nome de xarope infantil, concedeu perdão ao PT.

Numa coluna que está sendo interpretada como uma espécie de bandeira branca ao partido, Ascânio diz que o “ódio dirigido ao partido não faz mais sentido”.

Atenção para o “mais”. Significa que o ódio que a emissora semeou era normal para ela.

“Esse agrupamento político, talvez o mais forte e sustentável da história partidária brasileira, tem que ser readmitido no debate nacional. Passou da hora de os petistas serem reintegrados”, prossegue.

Mas Ascânio alerta que essa indulgência tem um preço: o PT terá de superar sua “índole autoritária”.

Ele cita “a tentativa de censurar a imprensa através de um certo ‘controle externo da mídia’”. A regulação existe nos EUA, Inglaterra, Argentina.

Aqui, no entanto, é “ditadura”.

Em resumo, Seleme decreta que, se a vítima ajoelhar no milho, será readmitida no céu pelo algoz — onde nunca foi admitida, na verdade.

A Globo, que não faz sua autocrítica do golpe de 2016, estende sua generosidade para acolher os feios, sujos e malvados em seu seio, desde que tomem banho.

É medo de Bolsonaro em 2022.

Mas é mais do que isso: é falta de noção e arrogância em doses cavalares.

O candidato da Globo perdeu em 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018. As verbas publicitárias gordas dos anos petistas (7 bilhões de reais) migram para concorrentes.

Quem pode fazer frente ao fascismo? O PT.

Os Marinhos dão a mão, tapando o nariz, aos adversários históricos — só que essa escumalha terá de tomar o xarope do Ascânio.

Tudo para o PT topar fazer frente a Bolsonaro, assinar um manifesto vagabundo e ajudar a causa dos Marinhos.

Depois será massacrado, como de hábito, que é para não achar que pode comer na mesa dos patrões.