A grandeza de Tebet e Marina versus a pequenez de Ciro Gomes. Por Nathalí

Atualizado em 25 de outubro de 2022 às 16:04
Simone Tebet e Marina Silva – Foto: Reprodução

Não é preciso muito para perceber que o governo Bolsonaro é um projeto misógino.

Isso, por si só, deve bastar para que uma mulher – qualquer mulher – se oponha a este projeto, que sequer, a esta altura, pode ser chamado um projeto político.

Mas não é bem assim que o jogo político funciona.

Como verdadeiras tias – esposas, no caso de dona Micheque – de “The Handmaid’s Tail”, mulheres têm sido usadas a rodo, chegando a serem enviadas para tentarem calar as venezuelanas vítimas do discurso pedófilo – e sabe-se mais lá do quê – de Bolsonaro, sem sucesso.

Felizmente outras – como Simone Tebet e Marina Silva – uniram-se ao único capaz de salvar o país desse pesadelo.

A agenda de Tebet é completamente diferente da de Lula. Historicamente uma liberal, auxiliar do golpe de Dilma Housseff (também uma mulher, é bom lembrar, embora tantos digam que não é hora), é agora sensatíssima ao defender a democracia e o Estado de Direito.

Marina, evangélica fervorosa, certamente enxerga em Bolsonaro o anticristo. Foi lúcida o suficiente para não ceder às pressões de evangélicos e escolheu o lado da verdade.

Duas grandes mulheres. Especialmente se comparadas a um anão moral como Ciro Gomes, virtualmente desaparecido do segundo turno. Um covarde que nunca voltou de Paris.

É certo que, diferentemente de Marina, Simone lançou mão das pautas feministas na campanha sem dó nem piedade, como se fosse a maior feministona da história da p*rra toda, e devemos estar atentas a isso em uma próxima empreitada: mas, por ora, as mulheres seguem sendo as donas da sensatez, como sempre foi na história do mundo – que me desculpem os apoiadores homens, também nossos companheiros.

Abrir mão – ainda que temporariamente – do próprio ego em nome de um bem maior é uma virtude das grandes almas.

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Nathalí Macedo
Nathalí Macedo, escritora baiana com 15 anos de experiência e 3 livros publicados: As mulheres que possuo (2014), Ser adulta e outras banalidades (2017) e A tragédia política como entretenimento (2023). Doutora em crítica cultural. Escreve, pinta e borda.