A hora das provas de Sergio Moro. Por Moisés Mendes

Atualizado em 27 de abril de 2020 às 23:22
O presidente Jair Bolsonaro e o ministro Sergio Moro – Lucio Tavora – 18.dez.19/Xinhua

Por Moisés Mendes

O ministro Celso de Mello autorizou a investigação solicitada pelo procurador-geral Augusto Aras ao Supremo. Será aberto o inquérito para que investiguem as acusações de Sergio Moro contra Bolsonaro.

É agora que o bicho vai pegar. Moro nunca teve provas contra Lula. Mas agora terá de provar o que disse contra Bolsonaro, ou ficará em situação complicada.

Aras deseja ver tudo esclarecido, certo? Mais ou menos. O procurador-geral pode querer ver tudo mais confuso.

O que ele quer é que Moro prove o que disse, e não necessariamente que Bolsonaro seja responsabilizado.

As acusações são de falsidade ideológica, coação, advocacia administrativa e prevaricação. Bolsonaro deve ter mandado a senha para Aras: pede o inquérito porque essa nós ganhamos.

Se Moro não conseguir provar, será enquadrado por injúria, calúnia ou difamação.

Agora vamos ver se Moro aprendeu alguma coisa com os delatores da Lava-Jato, ou se é tão medíocre que não aprendeu nada.

Na Lava-Jato, Moro acusava sem provas e condenava. Era o senhor do destino dos que prendia para arrancar confissões.

A sorte do ex-juiz é que ele não está preso ‘preventivamente’ por mais de ano, como fazia com os que mandava para a masmorra de Curitiba, até obter a delação.

Moisés Mendes
Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim) - https://www.blogdomoisesmendes.com.br/