A ideologia de Bolsonaro e Ernesto Araújo é o servilismo aos EUA. Por Luís Felipe Miguel

Atualizado em 24 de janeiro de 2019 às 9:18
Jair Bolsonaro presta continência à bandeira dos Estados Unidos em Miami, nos Estados Unidos / Reprodução

PUBLICADO ORIGINALMENTE NO FACEBOOK DO AUTOR

Quando não está fugindo de entrevistas, Ernesto Araújo enche a boca para dizer que a política externa brasileira não é mais “ideológica”. Como classificar, então, a decisão de reconhecer Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela?

Nunca simpatizei com os governos de Chavez ou de Maduro, demasiado personalistas, autoritários e demagógicos para meu gosto. Simpatizo menos ainda, claro, com a oposição venezuelana a serviço do imperialismo estadunidense. E tenho consciência de que, por uma combinação de erros de Maduro e de boicote externo e interno, a situação na Venezuela é dramática.

Caberia ao Brasil, no papel de grande país vizinho, ajudar a encontrar uma solução para a crise. Em vez disso, o governo Bolsonaro macaqueia Trump, joga gasolina na fogueira e traz algo próximo a uma guerra civil para nossas fronteiras.

Podemos – e devemos – criticar o comportamento dos Estados Unidos, que estão dispostos a levar o povo venezuelano a todo o tipo de sacrifício a fim de proteger seus (estadunidenses) interesses econômicos. Mas o que dizer do Brasil, que está agindo não só contra a Venezuela, mas também contra o próprio Brasil, no afã de satisfazer Washington?

A ideologia de Bolsonaro e Araújo é o servilismo