A importância do pedido de desculpas de Mainardi aos nordestinos

Atualizado em 4 de novembro de 2014 às 15:25

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A importância do pedido de desculpas de Diogo Mainardi por chamar os nordestinos de bovinos está no seguinte: barbaridades ditas por comentaristas de tevê começam a ter consequências.

Está claro que as desculpas foram impostas a Mainardi.

Você vê isso pelo tom trôpego, pelo conteúdo abstruso, pelo gaguejar. Ele não conseguiu sequer pronunciar a palavra “cabresto”.

Mesmo assim, mesmo tendo sido um pedido de desculpas fajuto, foi um passo adiante ao que aconteceu em outra manifestação amplamente repudiada.

Falo da defesa de Sheherazade dos justiçadores. Ela jamais se desculpou. A reação veio de seu patrão.

Assustado com rumores que diziam que o governo pensava cortar os 150 milhões de reais ao ano que vão para o SBT em propaganda federal, Silvio Santos podou prontamente Sheherazade.

Manteve-a no ar, mas sem direito a expressar qualquer opinião. Virou uma Sheherazade de Papelão, para fazer uma comparação com um personagem criado para Aécio nas redes sociais com base num boneco seu de tamanho real usado na malograda campanha.

A Globo com certeza está preocupada com a manutenção dos 600 milhões de reais ao ano que caem em seu colo em dinheiro público na forma de propaganda estatal.

Daí as desculpas, antes que a opinião pública comece a questionar, como ocorreu com Sheherazade e o SBT, os 600 milhões na Globo, um Anuação sem o qual ela estaria com sérios problemas, dada sua dependência de dinheiro público.

No mais, com desculpa ou não, a melhor definição sobre o Manhattan Connection – que jamais assisti, aliás – veio de Marcelo Rubens Paiva.

O programa, disse ele, está virando, rapidamente, a Veja da televisão.

E mais não disse, e nem era necessário.