O incrível apetite da Veja por pão velho sensacionalista. Por Fernando Brito

Atualizado em 25 de outubro de 2019 às 12:13
Reprodução: Tijolaço

PUBLICADO NO TIJOLAÇO

POR FERNANDO BRITO

A mudança de direção da Veja, com a venda do grupo Abril até “ameaçou” trazer a revista para o jornalismo.

Mas o pântano em que ela se meteu, já há muitos anos, continua puxando-a pelo pé e não deixando que ela saia da lama.

Hoje, ela repete o esquema – lembram-se ? – de julho, quando deu capa para uma velha matéria sobre um grupo “ecoterrorista” que pretendia fazer um atentado contra Jair Bolsonaro. “Reportagem” copiada do site Metrópoles e publicada sete meses antes…

Agora, dá capa para o mesmo que publicou em junho de 2017 que o publicitário Marcos Valério teria ouvido do empresário Ronan Maria Pinto uma declaração de que Lula estaria ciente e de acordo com o pagamento de chantagem para não ser denunciado como mandante do assassinato, em 2002, de Celso Daniel, prefeito de Santo André.

Na ocasião, falava-se em acordos de delação premiada para ele, Valério, e para o empresário. Em dois anos, ao que parece, as provas eram tão inexistente que nem o MP sedento pelo sangue de Lula interessou-se em fazê-lo.

Aliás, já era pão requentado, a revista já tinha publicado em novembro de 2012 que Valério dissera que Lula só não estava encrencado no caso porque”porque eu, o Delúbio e o Zé não falamos”, disse, referindo-se ao ex-tesoureiro petista Delúbio Soares e ao ex-chefe da Casa Civil José Dirceu”.

Hugo Marques, que escreve na revista, lembrou-se do velho assunto e o trouxe, pressuroso, para dar uma “mãozinha” ao clima que querem criar contra o ex-presidente, na iminência de ser libertado.

Mas é pão velho e bolorento, pois, desde 2005, Marcos Valério promete “contar tudo”.

Como a capa do tal “atentado ecoterrorista”, mais esta “novidade” da Veja vai cair no vazio, porque vazia é a história.

Só tem mesmo a finalidade de lembrar que a revista é um caso perdido.