A infinita a hipocrisia da mídia no caso Temer-Geddel-Calero. Por Paulo Nogueira

Atualizado em 25 de novembro de 2016 às 18:30
A dupla
A dupla

É infinita a hipocrisia da mídia no caso Temer-Geddel-Calero. Ela finge surpresa e indignação com a conhecida máquina de corrupção do PMDB.

Ora, ora, ora.

É como se a imprensa estivesse falando: não temos nada a ver com essa roubalheira.

Mas tem. Temer na presidência é filho das grandes empresas jornalísticas. Sem elas, ele seria ainda o vice decorativo que sempre foi, o antiquado homem das mesóclises ancestrais.

Nenhuma manobra pró-golpe teria sido bem sucedida sem o apoio vital, e aberto, da imprensa.

Fica claro que a mídia jamais se preocupou verdadeiramente com a corrupção.

O que esperar de um governo do PMDB senão corrupção, corrupção e ainda corrupção? Ninguém conhecia Temer e sua folha corrida, um veterano de 75 anos? E Eduardo Cunha, era desconhecido? E Jucá, e tantos outros?

Se fossem bons os propósitos das empresas jornalísticas, e genuíno seu desejo de combater a corrupção, elas jamais teriam colocado Temer onde ele — precariamente, a esta altura — está.

Mas não. Era falácia, era manipulação, era uma pregação ininterrupta destinada a sabotar Dilma e, derrubada ela, avançar sobre as conquistas sociais da Era PT.

Quanto menores os direitos trabalhistas, maiores os lucros da Globo, Abril, Folha etc. Esta a real razão da campanha contra Dilma.

 

Jamais teve nada a ver com corrupção, e é patético observar agora a simulação de espanto de jornais e revistas com as revelações que hora a hora aparecem.

De novo: se o objetivo da mídia fosse estancar a corrupção, Temer estaria reduzido ao que sempre foi.

Devemos Temer — e Geddel,  e todo este caos político — à imprensa, por mais que ela finja nada ter a ver com isso.