A inveja que tenho de Messi e dos argentinos. Por Arnóbio Rocha

Atualizado em 19 de dezembro de 2022 às 7:47
Argentinos comemoram vitória da Copa do Mundo. Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters

Por Arnóbio Rocha

Confesso que tive muito inveja hoje da Argentina e de seu povo.

A primeira inveja foi de ver um jogo espetacular, um daqueles que será eternizado para todo o sempre, e não tinha o Brasil na contenda.

Mas tive muita inveja da Argentina, muita mesmo, por saber que o povo argentino pode usar a sua linda camisa da seleção nacional e não ser confundido com um idiota, pois aqui a camisa “canarinho” virou símbolo da idiotia, daqueles que negam a felicidade, que fizeram do Brasil um lugar triste, nas ruas e nas arquibancadas, como também dentro do campo.

Aliás o processo de idiotização nacional passa pelo uso da famigerada camisa nas manifestações, lá nas jornadas de junho de 2013, quando surgiu a ideia fascista de que a bandeira era deles, assim como a camisa da seleção, um símbolo nacional que foi sequestrado pela negação da vida e dos valores civilizatórios da humanidade.

Ah, como tive inveja de ver Messi se entregar em campo!

Messi caía (e se levantava rapidamente) por causa das botinadas desesperadas dos marcadores, não apenas nesse jogo, mas em todos os momentos de sua vida de atleta e gênio da bola.

Um exemplo de correção futebolista, cujo norte na vida é jogar, dar espetáculo, respeitando os adversários e não fazendo dramas, tão diferente daquele outro 10, que com quase 31 anos ainda é chamado de “menino”.

Mera coincidência, os filhos numerais do ex-presidente em exercício são tratados como “meus meninos”, ou seja, nunca serão homens, nunca responderão por seus atos?

Tive inveja da celebração nas arquibancadas, o show e energia dos torcedores argentinos, pobres ou ricos, mulheres e homens, que se entregam numa paixão desavergonhada aos seus jogadores, um amor que pode se transformas em tragédia, mas depois em elevação religiosa, pois apenas a fé faz tudo isso.

Como dá inveja saber que são argentinos, Messi e o Papa Chico, dois dos maiores ícones da humanidade. Messi por transformar em poesia o futebol e como outros poetas escreve seus clássicos nos gramados. O Papa Francisco com sua enorme coragem de mexer nas estruturas, com seu sorriso e atos, resgata a bondade e a fé.

A festa argentina nos encanta. Sabemos das contradições e não esquecemos de como a vida tem sido trágica no país vizinho, as idas e vindas da economia e da política, a dureza dos últimos anos. Que essa vitória possa trazer felicidade e vida ao povo.

Dia 1º de janeiro de 2023, essa inveja será transformadora de um novo tempo, uma nova esperança. Tenho dúvidas sobre a camisa verde amarela, mas quem sabe na próxima Copa não estejamos reconciliados com o Brasil e com nossas cores e povo?

A vida é ter esperança.

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