A ligação entre empresário assassinado em aeroporto e a máfia dos ônibus em SP

Atualizado em 12 de novembro de 2024 às 18:03
O advogado Ahmed Hassan, conhecido como Mude, preso após ser acusado de lavar dinheiro do PCC. Foto: Reprodução

O advogado Ahmed Hassan, conhecido como Mude, é o elo entre a execução do empresário Vinícius Gritzbach e o esquema de lavagem de dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital) por meio de empresas de ônibus em São Paulo. Ele chegou a ser preso pelo esquema envolvendo os veículos. A informação é do Metrópoles.

Mude foi preso em agosto deste ano após ser acusado de atuar na lavagem de dinheiro do PCC por meio da UpBus, empresa que atua na zona leste paulistana. Ele era acionista da companhia e foi um dos 13 detidos na Operação Decurio, cumprindo a pena em prisão domiciliar.

Segundo o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), o advogado intermediou o “pagamento de propina a policiais e chegou a adquirir cocaína do seu ‘cliente’ na atual sede da UpBus”. Mude também é citado na investigação por ter sugerido a instalação de um escritório na empresa para blindar o local de ações policiais.

Segundo um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), ele recebeu R$ 27 milhões em suas contas entre 2019 e 2024. Ele alegou ter recebido parte do valor com supostos lucros distribuídos da UpBus, que declarou um prejuízo de R$ 510,6 mil.

Agente da Receita Federal durante operação contra empresas de ônibus usadas para lavar dinheiro do PCC. Foto: Divulgação

A investigação do MP ainda aponta que ele usou uma empresa do ramo imobiliário para lavar o dinheiro, a AHS, que registrou uma aquisição de R$ 15 milhões em imóveis.

Mude foi gravado negociando o assassinato de Vinícius com um policial Civil do Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos) e conversando sobre a facilidade de um atentado contra o empresário.

Sua conexão com Gritzbach se dá por meio de Anselmo Santa Fausta, integrante do PCC conhecido como “Cara Preta”. O empresário era acusado de lavar dinheiro para o membro da facção e de envolvimento no assassinato de um traficante.

O empresário, que atua no ramo de criptomoedas, auxiliou o PCC em esquema de lavagem de dinheiro e posteriormente delatou a facção. Ele foi morto dias depois de depor sobre um esquema de extorsão de agentes à Corregedoria da Polícia Civil.

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