
Pode ser o fim da blindagem do véio da Havan pela Justiça de Santa Catarina, como pode ser também a maldição do banquete com desembargadores no casarão assombrado de Brusque, em 16 de dezembro do ano passado.
Luciano Hang perdeu mais uma e em sua terra, Brusque. A juíza Joana Ribeiro, da 2ª Vara Cível da Comarca da cidade, decidiu que Marcelo Adnet pode chamar o véio de sonegador.
A juíza absolveu o humorista em processo do empresário em que o tema em questão é mais uma vez a sonegação. Joana Ribeiro adotou a mesma linha que vinha sendo seguida por outros juízes, mas de fora de Santa Catarina.
⚠️ Áudio do empresário Luciano Hang, o Véio da Havan, em reunião com o secretário da Fazenda de SC, Paulo Eli:
— Atrasa o salário. Paulo, vai me desculpar, atrasa o salário. Demita. Vocês estão pensando só no imposto de vocês pra pagar o diabo dos professores. Demita a metade! pic.twitter.com/7uDUHUPuhA— Fernando César Oliveira (@FernandoCesar) October 22, 2022
O interessante é que esse caso não foi julgado pelo mesmo juiz de Brusque, Gilberto Gomes de Oliveira Júnior, da 1ª Vara Cível, que geralmente dava ganho de causa para o véio em processos com as mais variadas motivações para a acusação de dano moral. O que está acontecendo?
Esperemos o próximo banquete. E também vamos esperar informações do Conselho Nacional de Justiça sobre as investigações das relações de desembargadores com o véio que lhes oferecia banquete no casarão assombrado.
Em dezembro, o CNJ abriu uma sindicância, que talvez resulte apenas em recomendação para que os magistrados não frequentem mais o casarão.
O que se percebe agora é que os processos do véio, motivados por comentários sobre sonegação, produzem efeito contrário. O sujeito perde as ações na Justiça e sofre mais um dano: a palavra sonegação reaparece nos jornais associada ao nome do empresário.
É uma estratégia que se mostrou fracassada e que pode ter sido montada, por óbvio, pelo escritório de advocacia que representa o sujeito.
Qualquer estagiário de Direito percebe que as ações deixaram de funcionar, a partir do momento em que o bolsonarismo deixou o poder e o empresário perdeu força política em Santa Catarina e na região Sul.