
A Petrobras obteve licença do Ibama para perfurar o primeiro poço em águas profundas na bacia da Foz do Amazonas. O Gre-Nal já existia e agora só se espalha e se radicaliza mais, entre os que são contra e os que são a favor.
O brasileiro médio não sabe quase nada sobre esse tipo de operação. Eu confesso que achei que soubesse o suficiente, mas não sei.
Mas, mesmo assim, todo mundo tem opinião sobre os possíveis danos e sobre as vantagens da futura exploração de petróleo na Margem Equatorial.
Mesmo que as opiniões sejam as mais básicas, o que vale é que há debate. Porque todo o resto é suposição. Supõe-se que exista mesmo muito petróleo e supõe-se que as perfurações podem produzir tragédias ambientais.
Para não dizerem que não tenho opinião, essa é a minha: confio em todas as providências que serão tomadas para que o Brasil desfrute de uma riqueza que não pode esnobar de jeito nenhum.

Os argumentos contrários não abordam apenas a questão ambiental imediata, mas também o risco de atraso na transição energética para outras fontes. Não é fácil. A pauta aciona amores e ódios.
Ando lendo, por exemplo, sobre o excesso de energia eólica e solar no Brasil, porque o sistema das hidrelétricas não estava preparado para tanta oferta. É isso mesmo. A solução virou um problema.
Há também excesso de painéis solares no país. Aquilo que se vê com inveja sobre as casas e os edifícios é hoje um problema. Não deveria ser.
Então, essa história de não explorar a Margem Equatorial para, assim, apressar a transição não me convence, como leigo absoluto nessa área.
Que o Norte desfrute das vantagens econômicas dessas minas de petróleo. Mas que isso não signifique mais poder político e econômico para a direita e a extrema direita. Às vezes sou ingênuo, mas não sei o que fazer.
Pense, como consolo, que as jazidas estão no Norte, na Margem Equatorial, e não na costa de São Paulo, na “Margem Paulistal” da extrema direita, onde Tarcísio de Freitas poderia gastar tudo em Coca-Cola.