A melhor parte do discurso de Caetano contra o liberalismo foi a reação desacorçoada de Pedro Bial

Atualizado em 5 de setembro de 2020 às 15:57
Caetano no “Conversa com Bial”

Melhor que o libelo de Caetano Veloso sobre o liberalismo e sua descoberta, aos 78 anos, como socialista, foi a reação de Pedro Bial ao ouvir isso.

Aconteceu no programa de sexta, dia 4.

Enquanto Caetano se declarava livre de seu passado “liberalóide”, o entrevistador o ouvia visivelmente incomodado, como se testemunhasse a traição de um companheiro.

“Vou ser mil por cento sincero com você. Quando ouço pessoas como você e outras dizendo: ‘o comunismo e o nazismo são igualmente horríveis, são autoritarismo’…”, começou o baiano.

“Essa equalização das experiências socialistas com o nazismo eu não engulo mais. Não gosto mais. ‘A extrema esquerda é igual à extrema direita’… Não acho mais. Não consigo”.

Bial, num passado remoto e esquecido, foi repórter.

Há muito tempo abandonou o jornalismo para apresentar o lixo “Big Brother” e ganhar dinheiro com propaganda, algo que não lhe era permitido na profissão anterior.

Artista medíocre, arriscava seus versos no BBB e tentou dirigir documentários — todos fracassados.

Atacou Petra Costa de maneira estúpida e ressentida.

A narração dela de “Democracia em Vertigem” era “miada, insuportável”, falou.

É membro do Instituto Millenium, um think tank liberal — na verdade, um clube de suingue sem sexo de homens brancos e velhos.

Ele consta como membro da “Câmara de Fundadores e Curadores”.

Tratou Olavo de Carvalho com toda a deferência quando o entrevistou nos EUA e recebeu muito carinho de volta.

Olavo sabe reconhecer um dos seus.