“A milícia do RJ obriga as empreiteiras a pagar taxas abusivas”, diz Cappelli

Atualizado em 10 de janeiro de 2024 às 14:05
Criminosos cobraram R$ 500 mil de empreiteira para liberar obra do Parque Piedade. Foto: Divulgação

Grupos criminosos têm extorquido empreiteiras no Rio de Janeiro e cobrado taxas para liberar a construção de obras. O prefeito Eduardo Paes relatou que o crime organizado realizou uma cobrança de R$ 500 mil para permitir a continuidade da construção do Parque Piedade e o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, relata que esse não é um caso isolado.

“Alguns prefeitos do Rio me procuraram dizendo que não podem colocar placa de obra informando os valores. Eles explicaram que quando fazem isso, a milícia obriga as empreiteiras a pagar taxas abusivas. Quando elas se recusam, eles mandam roubar o material da obra e fazem ameaça de vida aos funcionários”, afirmou Cappelli ao jornal O Globo.

O secretário aponta que empreiteiras têm reclamado de não conseguirem mais trabalhar no Rio por conta das “taxas exorbitantes” e afirmou que a Polícia Federal tem tentado atuar no caso, mas cobra um esforço das corporações do estado contra o crime.

“A Policia Federal tem movido esforços para combater às milícias no estado do Rio. Mas as policias Civil e Militar precisam agir também. Precisa ser feito um trabalho em conjunto”, prosseguiu.

O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli. Foto: Reprodução

Moradores da região onde é construído o Parque da Piedade, na Zona Norte, relatam que existe um clima de medo no local e que traficantes têm feito ameaças sobre cobranças de taxas por serviços de TV a cabo e internet.

A Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) suspeita que as cobranças partem de criminosos do Morro do Dezoito.

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