Boko Haram. Num dialeto nigeriano, significa, aproximadamente, “não à educação ocidental”.
Não com exclamação. E com bombas.
Boko Haram é o nome de uma organização extremista islâmica parecida com a Al-Qaeda de bin Laden. Nos últimos tempos, homens-bombas da Boko Haram têm promovido atentados em série no norte da Nigéria, o país mais populoso da África, com 160 milhões de habitantes. No mais recente deles, esta semana, mais de 150 pessoas morreram na cidade de Kano, no nordeste nigeriano.
O fundador da Boko Haram foi um religioso radical chamado Mohammed Yusuf. Ele foi capturado pela polícia nigeriana e executado, alguns anos atrás. Cenas colhidas por vídeos amadores registraram a maneira como a polícia matou suspeitos de pertencer à Boko Haram num grande ataque ao grupo: os policiais mandavam as pessoas se deitarem de costas e davam tiros.
O objeto era liquidar a Boko Haram. Mas ocorreu o oposto. Os extremistas islâmicos consideram a morte em combate um “martírio” em nome da causa, como os católicos que, séculos atrás, enfrentavam as chamas quase que alegremente, em nome de Cristo.
A cada martírio brotam mais radicais e, consequentemente, mais bombas.
E então me ocorrem as palavras de Obama depois da execução de bin Laden: “O mundo ficou mais seguro”.
Desde lá, uma rotina de explosões no Iraque, no Afeganistão, no Iêmen – e na Nigéria da Boko Haram.
Obama – uma monumental decepção diante das expectativas de que ia promover mudanças reais nos Estados Unidos – pronunciou ali uma daquelas frases diante das quais a grande sentença de Chesterfield se aplica: “Quem acredita nisso, acredita em tudo.”
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