A nova missão do jornalismo: mostrar as mentiras do ataque ao Irã. Por Moisés Mendes

Atualizado em 24 de junho de 2025 às 23:05
Pessoas observando prédio destruído por ataque em Teerã, no Irã
Prédio destruído por ataque em Teerã, no Irã – Reuters

O bom jornalismo, que expôs as mentiras americanas no Vietnã e no Iraque, pode nos trazer mais adiante as mentiras sobre o ataque que ‘destruiu’ as instalações nucleares do Irã.

Começa agora a guerra dos jornais americanos para saber quem dirá primeiro, em detalhes, o que já está sendo insinuado nas manchetes de hoje: o ataque foi um fracasso.

O que explica a pressa do neonazista em pedir uma trégua e um prazo para o fim da guerra.

Essa é a manchete do The New York Times:

Ataque atrasou o programa nuclear do Irã em apenas alguns meses, diz relatório dos EUA

Logo abaixo, o jornal mostra a reação do governo:
O secretário de Defesa, Pete Hegseth, refutou o informe, dizendo que as bombas dos EUA comprometeram a capacidade do Irã de criar armas nucleares.

O The Wall Street Journal vai na mesma linha:

Ataques dos EUA atrasam programa nuclear do Irã em alguns meses, diz relatório inicial

E acrescenta:
Um relatório preliminar de inteligência confidencial produzido pela área de Defesa contradiz as alegações da Casa Branca de danos mais extensos.

Essa é a manchete do USA Today:
Cessar-fogo está em vigor, mas programa nuclear iraniano pode ter sobrevivido

A chamada de capa do Los Angeles Times, num canto do site, é semelhante:

Avaliação inicial diz que instalações nucleares do Irã estão danificadas, mas não destruídas

O tom geral dos jornais do mundo todo é este: a Casa Branca está atacando o relatório da inteligência vazado para a imprensa por alguém de dentro do governo.

____________________________________________________________________________________

A publicitária Juliana Marins sorrindo para a câmera, de boné e top sem alças, em foto em preto e branco
A publicitária Juliana Marins – Reprodução

FRACASSO

A morte de Juliana Marins sozinha no buraco de um vulcão. A continuação da matança de crianças em Gaza. As guerras e as farsas montadas pelo neonazismo mundial. O avanço do ódio e do fascismo no Brasil, com direito a voto de pessoas de fé. Falar de desesperança é dizer quase nada. As gerações que vieram do século 20 e chegaram ao século 21 são fracassadas.

Moisés Mendes
Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim) - https://www.blogdomoisesmendes.com.br/