
Uma reflexão para a Páscoa: o que fazer para que gente como Evaldo e Luciano não morram mais do jeito que morrem?
Ou, se considerarmos que o sacrifício de inocentes é inevitável no Brasil, o que podemos fazer para que isso não seja em vão?
Evaldo foi fuzilado pelo Exército com mais de 80 tiros.
Luciano, que tentou salvá-lo, morreu doze dias depois em decorrência dos ferimentos.
Os cidadãos de bem, orgulhosos de sua fé, auto proclamados homens e mulheres de Deus, estarão festejando o mito e os valores do mito: o ódio, a intolerância, a cruz como maneira de se livrar dos inimigos.
A cruz volta a ser instrumento de tortura do Império Romano e não símbolo de amor, entrega e compaixão.
Nós podemos ficar com a mãe de Luciano e sua dor: “Ele dizia ‘fica calma, coroa, o Exército tá ali’. O Exército matou meu filho”.
Chega?
Aparecida, mãe do catador Luciano, morto ontem, não queria que seu filho morasse no Muquiço. Tinha medo dos tiroteios. Ele tranquilizava a mãe dizendo que a área era próxima da Vila Militar. “Ele dizia: ‘Fica calma, coroa. O Exército tá ali’. O Exército matou meu filho!”. pic.twitter.com/zoMrUjdxQJ
— Rafael Soares (@rafapsoares) April 19, 2019