A Páscoa dos cidadãos de bem e a dos verdadeiros cristãos diante da dor da mãe do catador morto pelo Exército

Atualizado em 19 de abril de 2019 às 14:55
Luciano Macedo foi baleado ao tentar ajudar a família que estava no carro

Uma reflexão para a Páscoa: o que fazer para que gente como Evaldo e Luciano não morram mais do jeito que morrem?

Ou, se considerarmos que o sacrifício de inocentes é inevitável no Brasil, o que podemos fazer para que isso não seja em vão?

Evaldo foi fuzilado pelo Exército com mais de 80 tiros.

Luciano, que tentou salvá-lo, morreu doze dias depois em decorrência dos ferimentos.

Os cidadãos de bem, orgulhosos de sua fé, auto proclamados homens e mulheres de Deus, estarão festejando o mito e os valores do mito: o ódio, a intolerância, a cruz como maneira de se livrar dos inimigos.

A cruz volta a ser instrumento de tortura do Império Romano e não símbolo de amor, entrega e compaixão.

Nós podemos ficar com a mãe de Luciano e sua dor: “Ele dizia ‘fica calma, coroa, o Exército tá ali’. O Exército matou meu filho”.

Chega?

Kiko Nogueira
Diretor do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.