A pergunta patética de Moro para FHC no depoimento sobre o acervo de Lula. Por Fernando Brito

Atualizado em 9 de fevereiro de 2017 às 15:33
FHC em depoimento para Moro
FHC em depoimento para Moro

Do Tijolaço.

POR FERNANDO BRITO

 

Fernando Henrique Cardoso depôs hoje ao juiz Sérgio Moro e, claro, disse que administrou o acervo presidencial da mesma forma que Lula, com recursos oferecidos por empresas como colaboração, até porque os ex-presidentes, que não recebem aposentadoria, não têm outra forma de fazê-lo.

Disse que, mesmo antes de deixar o mandato, teve reuniões com empresários, entre eles Emílio Odebrecht, para conseguir um espaço para o que seria, depois, o Instituto que leva seu nome.

Mais uma história do powerpoint de Deltan Dalagnol  – a do armazenamento do acervo presidencial – vai “para o brejo”.

Então, o resumo da ópera, neste caso é que nenhum dos delatores – Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco – é capaz de dizer qualquer coisa sobre Lula ter se beneficiado dos negócios da Petrobras, nenhuma das testemunhas tem mais do que uma visita de Marisa Letícia para olhar o tal triplex, tudo o mais que se tem é fofoca de vizinhos e porteiros.

Além dos tais containers do acervo presidencial, cuja a guarda jamais poderia ser benefício pessoal.

O final do depoimento é patético: Sérgio Moro, por duas vezes, pergunta a Fernando Henrique se ele recebeu doação – a expressão é de Moro – “por fora”.  Ora, será que alguém esperava que FHC fosse dizer: sim, doutor, recebi?