Na manhã de segunda (6), o presidente Lula teve uma postura descontraída em conversa com Donald Trump, seu homólogo americano, e chegou a brincar sobre a idade dos dois, que têm 79 anos. O republicano chegou a dizer que se sentia “mais forte” do que quando tinha 40 e o brasileiro concordou com a fala.
Segundo a coluna de Igor Gadelha no Metrópoles, a conversa também teve momentos de divergência. Quando Lula afirmou que não tinha inimigos, Trump discordou, dizendo que, ao contrário do brasileiro, tinha inimigos. Este momento foi um dos poucos de desacordo durante o diálogo, que, em sua maioria, foi amigável.
Trump também aproveitou a conversa para reclamar novamente da falha no teleprompter durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) em setembro. Foi no evento que os dois se encontraram pessoalmente pela primeira vez, ocasião em que combinaram uma conversa posterior.
Embora Lula tenha solicitado a Trump a revogação das sanções impostas a autoridades brasileiras, não houve menção ao nome do ministro de Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nem ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo fontes do Planalto, ambos os nomes ficaram de fora da conversa.
Durante a ligação, Lula fez outros pedidos, incluindo o fim da sobretaxa de 40% aplicada a produtos brasileiros. Em resposta, Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações, que envolverão o vice-presidente Geraldo Alckmin, os ministros Fernando Haddad e Mauro Vieira.
Lula e Trump também combinaram de se encontrar pessoalmente em breve. O presidente brasileiro sugeriu que o encontro aconteça durante a Cúpula da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático), na Malásia, no final de outubro.
O petista reiterou o convite a Trump para participar da COP30, que ocorrerá em Belém e se colocou à disposição para viajar aos Estados Unidos para realizar um encontro bilateral.