Quatro dias depois dos atos golpistas no Distrito Federal, o presidente Lula veio a público para externar sua sensação de que a depredação no Palácio do Planalto havia contado com a conivência de agentes internos. A revelação dos vídeos das câmeras de segurança ocorrida nesta quarta-feira (19), demonstram que Lula tinha razão em sua desconfiança. Abaixo, a reportagem publicada em 12 de janeiro sobre o assunto:
Na manhã desta quinta-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) informou que está convencido de que a porta do Palácio do Planalto, a sede da Presidência, deve ter sido “aberta por alguém de dentro” neste domingo (8), durante as invasões de bolsonaristas terroristas em Brasília.
Durante um café da manhã com jornalistas setoristas hoje, o petista aproveitou para falar sobre sua perspectiva para lidar com o que “foi deixado” pelos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Estou esperando a poeira abaixar. Eu quero ver todas as fitas que foram gravadas dentro da Suprema Corte, da Câmara, do Palácio do Planalto… Teve muita gente conivente. É importante dizer”, disse Lula, comentando que vai investigar mais sobre os envolvidos “dos dois lados” nas invasões.
Veja o vídeo:
Lula diz estar convencido que porta do Palácio do Planalto foi aberta para invasores. “Não tem porta quebrada”.
Presidente afirmou que membros das Forças Armadas que atuam no prédio foram coniventes com depredação. pic.twitter.com/GEYFZ4hiZy
— Metrópoles (@Metropoles) January 12, 2023
Além disso, depois de falar sobre uma eventual “conivência”, o petista também apontou a Polícia Militar e as Forças Armadas, que foram registradas “ao lado” dos golpistas.
“Teve muita gente da Polícia Militar conivente, teve muita gente das Forças Armadas aqui de dentro conivente. Eu estou convencido de que a porta do Palácio do Planalto foi aberta para que gente entrasse, porque não tem porta quebrada. Significa que alguém facilitou a entrada deles aqui”, afirmou Lula.
Segundo a jornalista Flávia Said, do Metrópoles, o presidente ainda citou vídeos e outros registros, que os próprios bolsonaristas fizeram, e reforçou a necessidade de uma investigação sobre o ocorrido.
Além disso, Lula contou que possuía informações de que o acampamento bolsonarista em frente ao Quartel General do Exército estava diminuindo. “Não sabia nem previa que iria ocorrer”, alegou, quando ainda não havia previsão sobre os ataques aos Três Poderes.
Segundo o petista, a manifestação não era legítima, considerando que, desde o final das eleições, eles estavam solicitando um golpe. “Manifestaram-se contra um governo eleito democraticamente”, argumentou.
Para o petista, o ato terrorista serviu como um alerta para que se tenha mais cuidado e se restabeleça a paz e a harmonia no país. As forças de segurança, segundo Lula, devem respeitar o propósito de servir ao país, e não devem escolher um lado.
Quando questionado sobre o ex-presidente, que não se pronunciou sobre sua responsabilidade pelos atos terroristas, e fugiu para Flórida, nos Estados Unidos, o petista apenas informou que ele é “um cidadão que tem desequilíbrio mental”.