“A prisão de Lula é a maior injustiça que vi na minha existência”, diz o governador da Bahia, Rui Costa

Atualizado em 26 de abril de 2019 às 14:27
O governador da Bahia falou sobre o governo Bolsonaro: “Não há projeto, não há trabalho” (Foto: reprodução do YouTube)

Campeão de popularidade entre os governadores do país, Rui Costa deu entrevista a sites e blogs independentes nesta quinta-feira, 25, no centro de estudos de mídia alternativa Barão de Itararé.

Por duas horas, o governador que se reelegeu com folga e fez Haddad aplicar uma surra em Bolsonaro na Bahia – o petista perdeu apenas em sete das 417 cidades do Estado – falou sobre o governo de Jair Bolsonaro, sobre programas que está implementando nas áreas de educação, saúde, mobilidade e sobre a articulação dos sete governadores do NE para a aplicação de medidas práticas de integração entre os estados e fortalecimento do poder político local.

Debulhou o capitão logo no primeiro minuto de sua fala.

“Não há projeto, não há trabalho”, disse. “A gente não consegue vislumbrar um sinal sequer do que será executado em setores importantes como saúde, educação, transportes. O Governo é um vazio de ideias, de conteúdo e com retrocessos em diversas áreas”.

Entre esses retrocessos, ressaltou a reforma da Previdência que, segundo ele, vai resultar no empobrecimento ainda maior da “população rural do Nordeste, que já vive com limite mínimo de renda”.

Afirmou que o sistema de capitalização proposto pelo ministro Paulo Guedes é desastroso por quebrar o conceito de solidariedade inter-geracional contido no capítulo da seguridade social da Constituição brasileira e que rege as normas da Previdência.

O governador que informou não sentir diferença alguma sobre o descaso de Bolsonaro com a Bahia em relação a Michel Temer – “nisso não mudou nada”, ironizou – deu a sua sugestão para as esquerdas recuperarem o protagonismo na cena política nacional: amassar barro, buscando as comunidades nos bairros, da mesma forma como era feito no surgimento do PT, e “também ter uma visão menos sectária do ponto de vista partidário”.

Reservou os momentos finais para comentar sobre a prisão de Lula e alertar que a tarefa de defesa do ex-presidente deve ser o foco número um do campo progressista neste momento.

“Precisamos tirar o Lula de lá”, disse. “Essa é a maior injustiça que já vi acontecer na minha existência enquanto ser humano”.