
O anúncio de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como candidato à presidência em 2026, feito na última sexta (5), gerou reações no Palácio do Planalto. O ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente preso, escolheu seu filho mais velho para disputar a presidência e aliados de Lula acreditam que a decisão pode favorecer o petista.
Segundo o Metrópoles, membros do governo acreditam que a candidatura de Flávio favorece a reeleição de Lula, já que o senador tem dificuldade de articulação com o Centrão e eleitores moderados rejeitam o clã Bolsonaro.
Diferentemente de Tarcísio de Freitas (Republicanos), que era visto como um nome capaz de unificar a direita e conquistar o centro, Flávio enfrenta a desconfiança de setores que preferem uma candidatura com maior apelo econômico.
O governador de São Paulo era o favorito do Centrão para 2026, mas disse que só lançaria seu nome com o aval do ex-presidente, seu padrinho político. O senador ficou frustrado com a falta de apoio dele e admitiu, nos bastidores, que não “estava esperando” seu silêncio.

Tarcísio deve disputar a reeleição em São Paulo e vinha dizendo isso publicamente, mas já havia uma articulação com partidos do Centrão para a próxima disputa eleitoral.
A escolha de Flávio tem gerado um racha no campo bolsonarista e entre grupos políticos aliados. Dentro da família, o senador é visto como uma figura mais moderada, o que lhe confere uma maior “previsibilidade” política e econômica em relação aos irmãos, como Eduardo, Carlos e Jair Renan, que têm perfis mais radicais.
A estratégia busca atrair tanto a base bolsonarista quanto segmentos mais amplos da política e do setor econômico. Michelle Bolsonaro deve disputar uma vaga no Senado pelo Distrito Federal, enquanto um partido de centro poderia indicar o vice na chapa de Flávio para ampliar a base de apoio.