
A possibilidade de Jair Bolsonaro (PL) cumprir pena na Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal, já é tratada como quase certa pelo próprio ex-presidente, segundo informou a colunista Bela Megale, do Globo.
Em conversas recentes com aliados, o ex-capitão admitiu ver poucas chances de escapar da prisão após o fim do julgamento dos recursos no processo da trama golpista, previsto para terminar ainda neste ano.
A dois interlocutores, Bolsonaro se descreveu como “injustiçado” e “perseguido”, atribuindo mais uma vez a culpa ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ação no Supremo Tribunal Federal (STF).
A data
Entre apoiadores próximos, a data de 14 de novembro é vista como provável para uma eventual detenção. O dia é considerado simbólico: em 2014, foi quando a Lava Jato prendeu alguns dos principais empreiteiros do país, como Renato Duque, então diretor da Petrobras, e outros delatores que marcaram o início da operação.

Nesta semana, o Governo do Distrito Federal (GDF) enviou um ofício a Moraes pedindo um laudo médico de Bolsonaro para avaliar se ele tem condições clínicas de ser encaminhado a uma unidade prisional. O ministro, porém, decidiu adiar a análise do pedido.
Condenado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe, o ex-presidente aguarda a definição do local onde cumprirá pena — que pode ser a Papuda ou uma sala especial na Polícia Federal (PF), em Brasília.
Decisão de Moraes
Moraes é o responsável por definir o destino de Bolsonaro e dos demais condenados. O STF começa a julgar nesta sexta-feira (7), em plenário virtual, os recursos dos primeiros sete condenados do núcleo central da trama.
A expectativa é que as decisões sejam concluídas até dezembro, abrindo caminho para o início do cumprimento das penas ainda neste ano.
Além de Bolsonaro, também foram condenados pela tentativa de golpe de Estado Almir Garnier Santos (ex-chefe da Marinha), Mauro Cid (tenente-coronel do Exército), Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa), Paulo Sérgio (ex-ministro da Defesa), Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin e deputado federal), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI) e Anderson Torres (ex-ministro da Justiça).