A reação de Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo à conversa entre Trump e Lula

Atualizado em 6 de outubro de 2025 às 18:41
Paulo Figueiredo e Eduardo Bolsonaro. Foto: Reprodução

Na manhã desta segunda-feira (6), os presidentes Lula e Donald Trump mantiveram uma conversa telefônica que durou cerca de 30 minutos. A reunião, que ocorreu em um clima considerado produtivo, gerou uma série de reações, principalmente entre os aliados de Jair Bolsonaro.

Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, figuras próximas ao presidente dos EUA, se mostraram céticos e críticos em relação ao encontro, o que evidenciou o desconforto de setores bolsonaristas com a possível aproximação entre os dois líderes.

Enquanto a conversa entre Lula e Trump foi descrita como amistosa, e com os líderes discutindo, entre outros pontos, a retirada das sanções econômicas impostas aos brasileiros, os aliados do ex-presidente Bolsonaro se mantiveram em um tom crítico.

Eduardo, até o momento, não fez qualquer comentário público sobre o diálogo. No entanto, sua ausência de manifestação gerou especulações sobre seu posicionamento em relação ao tema.

Paulo Figueiredo, influenciador e braço direito de Eduardo nos Estados Unidos, inicialmente optou por não se pronunciar, justificando que estava de férias e retornaria apenas no dia 14 de outubro. No entanto, após a repercussão do encontro, ele não conseguiu conter sua opinião e usou suas redes sociais para expressar seu descontentamento.

Em uma postagem no X (antigo Twitter), ele afirmou que o anúncio de que Trump havia escolhido o secretário de Estado, Marco Rubio, para dar continuidade às negociações com o Brasil não deveria ser motivo de comemoração por parte de Lula.

Para Figueiredo, a escolha de Rubio representava “zero de avanço” nas relações entre os dois países. Ele também criticou o entusiasmo da imprensa brasileira em torno do telefonema, apontando que a situação refletia uma desconexão com a realidade política.

“O grau de desconexão com a realidade é patológico”, escreveu o influenciador, sugerindo que os bolsonaristas enxergavam esse movimento como um reflexo de ilusões políticas. Sua frase “A luz no fim do túnel é um trem” fez referência à sua visão de que a reunião não traria resultados concretos.

A conversa entre os presidentes, conforme informado por fontes próximas, não se limitou a sanções. Durante a ligação, Lula aproveitou para discutir a possibilidade de um encontro presencial com Trump em breve, sugerindo que isso acontecesse durante a Cúpula da ASEAN, na Malásia.

Além disso, Lula reiterou seu convite para que Trump participasse da COP30, que ocorrerá em Belém (PA), e ainda se colocou à disposição para viajar aos Estados Unidos para um novo encontro pessoal. O encontro contou com a presença de diversos ministros brasileiros. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o ministro da Comunicação Social, Sidônio Palmeira, e o chanceler Mauro Vieira participaram da conversa.

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e o ex-chanceler Celso Amorim também acompanharam o diálogo, o que demonstrou a importância estratégica do encontro para o governo brasileiro. Trump, por sua vez, designou seu secretário de Estado, Marco Rubio, para dar continuidade às tratativas com o Brasil.

A decisão de Trump gerou reações mistas, com Figueiredo e Wajngarten questionando a efetividade dessa ação. Wajngarten, aliado de Bolsonaro, foi ainda mais enfático em suas críticas, destacando o quanto as abordagens divergentes entre os dois presidentes tornariam qualquer avanço nas negociações praticamente inviável.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.