
A possível revogação do visto do comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, pelos Estados Unidos provocou reação imediata de militares brasileiros, conforme informações do Estadão.
Diante da repercussão do caso, o adido militar brasileiro em Washington, general Maurício Vieira Gama, e o representante do Brasil no US Southern Command, general Flávio Moreira Matias, procuraram militares americanos para discutir o tema.
Nas conversas, ambos ponderaram que divergências pontuais entre governantes não deveriam interferir no histórico de cooperação militar entre Brasil e Estados Unidos.
Tomás Paiva na mira de Trump
A tese em debate é a de que Tomás Paiva teria sido indicado ao cargo com aval do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, garantindo apoio da cúpula militar a decisões do magistrado.

O Departamento de Estado dos EUA chegou a mapear encontros entre Moraes e Paiva, acreditando que algumas determinações do ministro — incluindo medidas contra militares — possam ter ocorrido após um alinhamento prévio com o comandante do Exército.
Além de Tomás Paiva, outras autoridades brasileiras também estão sob análise para possíveis sanções, entre elas integrantes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
Para generais próximos ao comandante, no entanto, punir o militar seria uma decisão equivocada. Segundo eles, a medida prejudicaria não apenas o relacionamento institucional, mas também a cooperação em temas estratégicos que envolvem os dois países.