
O presidente do PT, Edinho Silva, anunciou que vai divulgar um vídeo criticando o relatório do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) sobre o Projeto de Lei Antifacção. Segundo ele, o texto “atrapalha quem realmente investiga o crime organizado no Brasil” e faz “o oposto do que a sociedade quer”, funcionando como “um verdadeiro PL da blindagem para os criminosos”. Com informações do G1.
O petista afirma que o parecer não enfrenta o eixo central do combate às facções criminosas, que é o bloqueio de seu patrimônio, e ainda enfraquece a Polícia Federal (PF). “Esse projeto de lei não ataca os bens que estão com esses criminosos e, o pior, protege, blinda os criminosos, porque enfraquece a PF ao dizer que as investigações devem ser feitas mediante provocação do governador do estado”, declarou.
Para Silva, essa regra compromete o sigilo e a eficácia das investigações e representa um retrocesso. “Todo mundo sabe que o crime não conhece divisas ou fronteiras. Para combater, é preciso troca de informações entre as forças de segurança — e não limitar a atuação da PF quando algum governador quiser”, afirmou. Edinho classificou como “absurdo” o trecho incluído por Derrite que restringe a cooperação da Polícia Federal.

Ele defendeu que a PF continue atuando de forma independente, como vem fazendo nos últimos anos, sem necessidade de autorização de prefeitos, governadores, parlamentares ou do presidente da República. Segundo Edinho, o governo Lula busca fortalecer uma PF “com inteligência, capilaridade e articulação internacional” para atingir o ponto mais sensível das facções: o dinheiro. “Sem dinheiro, não tem compra de armas, de drogas, não tem pagamento para adolescente”, disse.
O presidente do PT também classificou o relatório como uma “iniciativa da extrema-direita”, alegando que a proposta piora o enfrentamento ao crime organizado. Ele afirmou que o governo federal tem estudado alternativas mais eficazes, como a PEC da Segurança Pública, e alertou que o texto atual “vai blindar criminosos, inclusive políticos”, contrariando o que a população espera do Congresso.