Apontado pela Polícia Federal (PF) como um dos principais responsáveis por evitar um golpe de Estado, o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes enfrenta rejeição de parte dos militares, especialmente da reserva, segundo informações da colunista Bela Megale, do Globo.
O general, conhecido por sua postura legalista, admitiu a pessoas próximas que os ataques ainda o incomodam e tem adotado uma postura discreta, evitando compromissos, inclusive no meio militar.
Entre militares que apoiavam o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), há indignação com Freire Gomes por sua recusa em abraçar o golpe planejado, conforme apontado pela PF em seu relatório final divulgado na semana passada.
O documento destaca que o general foi determinante para impedir que o plano golpista fosse consumado. Inicialmente, a própria PF tratava Freire Gomes como suspeito, investigando se ele teria omitido informações sobre a trama.
Essa abordagem mudou após o depoimento do general neste ano. Na oitiva, Freire Gomes detalhou a reunião em que os chefes das Forças Armadas estiveram com Bolsonaro, após a derrota para o presidente Lula (PT), e receberam uma minuta golpista apresentada pelo então presidente.
“O golpe de Estado perpetrado pela organização criminosa não ocorreu […] pela posição inequívoca dos comandantes do Exército e da Aeronáutica, General Freire Gomes e Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos Almeida Baptista Junior, e da maioria do Alto Comando do Exército, de permanecerem fieis aos valores que regem o Estado Democrático de Direito, não cedendo às pressões golpistas”, afirma o relatório da PF.