A relação promíscua do assessor de Feliciano com o governo Alckmin

Atualizado em 11 de setembro de 2016 às 18:05

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O DCM recebeu esta denúncia:

 

Escrevo este texto sobre o caso Feliciano anonimamente, pois trabalho no governo de São Paulo (como efetivo) e não posso me expor – existe um grupo perseguidor e vingativo instalado no estado.

O que venho dizer não diz respeito especificamente ao caso da denúncia de estupro que fez a jovem freqüentadora de seu partido e igreja, a jornalista Patrícia Lelis, mas a um outro personagem da trama.

Num vídeo, Patrícia conversa com o chefe de gabinete do deputado, Talma Bauer. Pois bem, trabalhei com a esposa de Bauer no governo paulista, Simone Brenand Bauer. Ela é a mãe das filhas mais novas dele.

Ela pertence “provisoriamente” aos quadros da Companhias Paulista de Obras e Serviços, CPOS, mas já trabalhou afastada para o Planejamento. Ainda tem um alto salário, como pode ser visto no Portal de Transparência, embora já tenha sido mais.

Simone entrou no governo depois que, em 2013, Feliciano e Alckmin selaram acordo de união entre seus partidos. Logo em seguida, a presidência da CPOS foi para o PSC e então a esposa do chefe de gabinete do pastor foi contratada. Por qualquer motivo, foi enviada para a Seplan, no Conselho do Patrimônio, que tinha como secretário executivo o também diretor de obras da CPOS, naquele momento acumulando as funções.

Como secretário executivo, ele contratava serviços da CPOS e, como diretor de obras e serviços na CPOS, ele recebia as suas próprias ordens, ditadas por outro órgão. Promíscuo, no mínimo.

Naquela época pré-eleição presidencial, o Secretário/Diretor também levou diversos militantes do PSDB e adjacências para trabalhar nesses dois órgãos, mesmo que terceirizados por uma terceirizada, e sem condições legais de exercerem atividades fins dentro da administração direta. Ministério Público chegaram a questionar, lógico que não foi para frente.

Entre várias decisões absurdas do Conselho do Patrimônio e tentativas, frustradas ou não, de venderem o patrimônio público a parceiros, esse secretário contratou uma empresa (fundação Exulte) por quase 2 milhões para remodelar o trabalho. Depois de 1 ano mais ou menos, renovou o contrato por mais quase 2 milhões. O resultado prático do “trabalho” nunca se viu. Isso tudo num período pré-eleitoral.

Muito próximo ao governador Alckmin, depois de o golpista Temer assumir interinamente a presidência da república, esse ex-secretário/diretor, foi nomeado para secretário executivo do ministério da Educação. Seu nome é Felipe Sigollo e o mesmo já foi tesoureiro do PSDB paulistano/paulista, tendo grande influência com os tucanos.

A esposa do chefe de gabinete de Feliciano ainda está “prestando serviços” ao governo paulista, praticamente uma funcionária estável, com um salário muito maior que a média brasileira, e muito maior que o da maioria dos servidores do estado, com remunerações congeladas e pagando o pato da crise criada por esses homens.

Essas relações íntimas e promíscuas não chegam à população, mas deveriam chegar.

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De acordo com um tucano histórico, a CPOS é “cota particular do Geraldo”. O diretor de gestão é Fábio Lepique, ex-assessor especial do governador.

“Cota particular” são as áreas que não são negociadas — pelo menos o comando. “O segundo escalão é todo loteado”, diz. “Ninguém trabalha. Só politicagem”.

 

Bauer e o chefe
Bauer e o chefe