A resposta de Bolsonaro sobre Nunes após súplica de Tarcísio

Atualizado em 2 de outubro de 2024 às 15:52
Ricardo Nunes, prefeito de SP, e Jair Bolsonaro, ex-presidente. Foto: reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mostrou, mais uma vez, hesitação diante dos pedidos do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para apoiar publicamente o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), na reta final da campanha.

A pressão para que Bolsonaro faça um apelo por votos em Nunes tem aumentado, mas sua resposta foi pouco encorajadora: “Vou ver”, teria dito o ex-presidente após ser solicitado a mencionar o nome de Nunes durante suas transmissões ao vivo na última semana antes do primeiro turno.

O cenário preocupa aliados de Tarcísio, que não sentiram firmeza no compromisso de Bolsonaro. Pessoas próximas ao ex-presidente também afirmam que não têm certeza se ele irá, de fato, fazer qualquer menção a Nunes.

A ausência de um apoio direto tem causado desconforto, especialmente porque Bolsonaro foi responsável por indicar o vice na chapa de Nunes, o coronel Mello Araújo. Apesar dessa conexão, Bolsonaro até agora não gravou nenhum conteúdo para o programa de TV do atual prefeito.

O governador, que intensificou sua campanha nas últimas semanas, aposta na força do voto útil para derrotar Guilherme Boulos (PSOL), líder nas pesquisas ao lado de Nunes.

Para aliados dele, Bolsonaro tem um papel crucial neste momento da campanha. Eles argumentam que o apoio do ex-presidente pode ser decisivo para consolidar o nome de Nunes como o único capaz de vencer Boulos em um eventual segundo turno.

Ricardo Nunes, Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas durante evento em SP. Foto: Tomzé Fonseca/Estadão

A falta de apoio do líder da extrema-direita tem levado parte dos deputados bolsonaristas a migrarem para a campanha de Pablo Marçal (PRTB). Nomes de peso como Nikolas Ferreira (PL), Gustavo Geyer (PL) e Ricardo Salles (Novo) já manifestaram sua preferência pelo ex-coach. Esse movimento preocupa a base de Nunes, já que enfraquece a coalizão necessária para enfrentar Boulos.

De acordo com fontes próximas ao governador, ele tem tentado convencer o ex-presidente de que não apoiar Nunes pode resultar na vitória da esquerda. Ele acredita que, se Boulos vencer, Bolsonaro terá parte da responsabilidade por não ter se envolvido ativamente na campanha de reeleição do prefeito.

A lógica do governador é simples: qualquer voto em Marçal seria, na prática, um facilitador para a vitória de Boulos.

Apesar das tentativas de Tarcísio em garantir o engajamento de Bolsonaro, o ex-presidente parece reticente. Bolsonaro, que se encontrou com Tarcísio em um café da manhã no aeroporto de Guarulhos nesta terça-feira (1º), manteve seu silêncio sobre o apoio a Nunes, aumentando as especulações sobre sua real intenção de se envolver nesta eleição.

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