A sensação de vitória só se completa quando eles forem embora. Por Moisés Mendes

Atualizado em 11 de novembro de 2022 às 21:25
Jair Bolsonaro.
Foto: Evaristo Sa/ AFP

Por Moisés Mendes

Daqui a pouco será o segundo sábado depois da derrota do fascismo. Depois, será o o terceiro domingo.

Mas é estranha essa sensação de incompletude, porque o fascismo continua no governo.

Não é um adversário político derrotado, um adversário normal, é uma excrescência ainda no poder.

É o que explica esse aperto no peito, porque eles perderam e continuam aí, como se ainda tivessem o que desfazer.

Numa democracia, seria normal, seria o tempo da transição. Mas não na nossa anormalidade.

Uma aberração humana e política foi derrotada, com tudo o que representa, mas ainda nos desgoverna pelo ócio e pelo ódio que mobilizam seus patriotas.

Temos que esperar mais um pouco, até que a sensação de vitória não seja só uma sensação pela metade.

Nunca uma semana teve tantos dias. O tempo poderia andar mais rápido, só agora, e acelerar as segundas, as terças, as quartas,
as quintas, as sextas, os sábados e os domingos que nos faltam até a libertação plena.

Que nas próximas semanas, só nas próximas, seja possível saltar de segunda para quinta e de quinta para terça, até o dia 2 de janeiro, quando estaremos livres e teremos governo e mais força para comemorar.

Publicado originalmente no blog do autor

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Moisés Mendes
Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim) - https://www.blogdomoisesmendes.com.br/