A solução Huck & Doria para o Brasil: basta apagar a picaretagem no Facebook que ela some. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 25 de maio de 2017 às 14:29
“Nunca misturei amizade com política ou negócios em nossa relação”

Luciano Huck e João Doria têm solução para lidar com lidar com problemas: tentam passar uma borracha.

Depois, cimentam com marketing e esperam que os otários comprem. Não compram, mas eles continuam na toada.

Doria, autor de uma ação higienista estúpida na cracolândia que resultou na mudança de endereço dos viciados, apareceu numa foto com Rocha Loures, o homem da mala de Temer, num encontro do Lide em Nova York.

Logo correu a apagar o registro de suas redes, como havia feito antes com outros colegas caídos em desgraça, como EIke Batista e Sergio Cabral.

Fará igual com o mentor Geraldo Alckmin e com Michel Temer tão logo eles forem enterrados.

É como se, tirando o retrato do álbum de fotos, o passado sujo desaparecesse. Os otários fingem que acreditam.

São todos da mesma turma e vieram do mesmo lugar. O estilo Doria e Huck deixa patente a facilidade com que jogam no mar quem não lhes seja mais útil.

Questão de caráter e oportunismo. Em entrevista à Folha, Luciano Huck mentiu ao alegar que não sabia por que as imagens com Aécio não estavam mais em seu Instagram. 

“De coração, não sei te responder”, falou.

Fez a mesma coisa no caso dos 6 milhões de reais que ofereceu a duas escolas de samba para ser tema de enredo. Quando o assunto veio à tona, alegou que foi procurado por um homem cujo nome ele não lembra e que agiu à revelia.

Aécio não era simplesmente um conhecido. Frequentava a mansão de Huck e Angélica em Angra com a filha Gabriela. Huck estava no apartamento de Andrea Neves na noite da apuração de votos do segundo turno.

No Rio, a patota incluía Bernardinho e Alexandre Accioly, apontado como laranja de Aécio, compadre do mineiro. Huck foi sócio deles numa rede de sorveteria de iogurtes.

“É importante que se diga que nunca misturei amizade com política ou negócios em nossa relação”, afirma.

Falso. Usou o helicóptero do estado de Minas, emprestado por Aécio, para gravar um programa. O interesse de Huck era pegar carona em Aécio e faturar, inclusive em seus planos na política.

Agora que Aécio está destruído, não vale mais nada. Um estafeta é orientado a dar uma limpada no Face. É absolutamente inútil, já que está tudo no Google. Doria e Huck sabem disso, mas é mais forte do que eles.

Dois meninos mimados e desprezíveis. No “Grande Gatsby”, o narrador Nick descreve o casal de milionários Tom e Daisy Buchanan e o mundo psicológico dos ricos.

“Eles esmagam coisas e criaturas, e depois se escondem no seu dinheiro e vasta negligência, ou qualquer coisa que seja que os mantenha juntos, e deixam que outras pessoas limpem a sujeira que fizeram”, escreve Fitzgerald.

Assim farão com o Brasil. O que FCH chamou de novo na política é tão antigo quanto andar para trás.

João Dória Jr., Aécio Neves e Jorge Gerdau