
Cada um usa a inventividade de que dispõe. Como o recurso manjado de criar uma carta imaginária, em nome de alguém, para mandar recados. É uma das coisas mais rasas, colegiais e pobres do jornalismo e da literatura.
Pode dar certo com autores de exceção e em situações raras. A carta que Demétrio Magnoli escreveu, em nome de Gleisi Hoffmann, em artigo na Folha, endereçada a Roberto Campos Neto, é mais do que grotesca.
É a manifestação de uma vassalagem combinada, para rimar, com muita chinelagem. É subliteratice da pior qualidade, que seria rejeitada em redação do Enem.
Claro que ninguém espera que eu reproduza aqui trechos da tal carta. Mas vou compartilhar essa chamada de capa do Estadão, porque o personagem é o mesmo:
“Campos Neto diz que vida de Galípolo no BC será mais difícil que a dele”.
E a quem ele disse isso? O Estadão informa: “Em jantar com Michelle Bolsonaro, Damares Alves e outros nomes do conservadorismo, presidente do BC diz que seu sucessor perderá o respaldo do PT”.

Temos no mesmo dia, na Folha, uma carta inventada a Roberto Campos Neto por um dos autores preferidos da extrema direita e, no Estadão, a notícia de um jantar real do presidente do BC, pouco dias antes de ir embora da direção do banco, com a elite representada por Michelle e Damares.
Para fazer o quê? Para começar a sabotar a gestão de Gabriel Galípolo, que se inicia em janeiro de 2025. O que será que Damares e Michelle entendem de política monetária e Selic e dos mecanismos de sabotagem do mercado financeiro?
Campos Neto deve ter explicado às duas, que devem ter entendido tudo. Mas o que ele quis mesmo é mandar um recado. Avisou os amiguinhos da imprensa para que noticiassem que ele abasteceu Damares e Michelle com informações sobre o que vai acontecer no BC.
Qual é o sentido disso? Usar as duas, que têm Deus acima de tudo, como pretexto, porque o objetivo mesmo é informar que Galípolo pode se quebrar.
A conversa foi com Damares e Michelle. Mas poderia ter sido com um banqueiro ou com Fabrício Queiroz ou com o membro de qualquer outra facção, porque teria cumprido a missão de fazer fofoca.
Roberto Campos Neto é um baita fofoqueiro muito bem remunerado.
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