“A USP está nas mãos do sionismo”: estudantes pró-Palestina denunciam perseguição

Atualizado em 3 de fevereiro de 2024 às 7:26
Praça do Relógio, na Cidade Universitária da USP, em São Paulo. Foto: Divulgação/USP

Alunos que fazem parte do Comitê de Estudantes em Solidariedade ao Povo Palestino (ESPP) denunciaram estar enfrentando um processo disciplinar encabeçado pela Universidade de São Paulo (USP) devido a manifestações e à organização da luta estudantil contra o genocídio praticado por Israel contra os palestinos.

O procedimento administrativo foi iniciado após uma fala em uma assembleia durante a greve do curso de Ciências Moleculares, situado em um prédio privatizado nas dependências da USP, onde os alunos protestaram contra a postura de Israel diante da população palestina em Gaza.

Os DCEs de algumas das principais universidades de São Paulo assinaram um manifesto conjunto e publicaram no Instagram uma nota explicando o que entendem ser um processo de perseguição:                                                                               

Alunos envolvidos no comitê de Estudantes em Solidariedade ao Povo Palestino (ESPP) estão sofrendo processo disciplinar encabeçado pela USP devido a manifestação e organização da luta de estudantes contra o genocídio que Israel pratica contra o povo palestino e contra a associação institucional da USP com o Estado sionista.

Em razão de uma fala em assembleia durante a greve do curso de Ciências Moleculares (curso este localizado em um prédio privatizado dentro da USP) pela reação de alunos ao genocídio sofrido pelo povo palestino, a USP decidiu abrir um processo administrativo disciplinar que pode culminar na expulsão dos citados. A universidade acusa os alunos de terem realizado discurso de ódio pelas suas falas contra o genocídio sionista e de terem impedido atividades acadêmicas.

Destacamos, porém, que o antissionismo e a luta pela dignidade do povo palestino não pode ser comparada ao antissemitismo. Trata-se, na realidade, de uma perseguição política advinda da prática de silenciamento sionista que também se coloca contra o direito de greve dos estudantes.

Este é mais um ataque à liberdade política dos estudantes, que, no caso dos estudantes de ciências moleculares, já foram sancionados de forma autoritária pela USP por manifestar-se dentro do Inova em 2023. Com esse ataque, a USP se coloca de forma evidente do lado da DEFESA DO GENOCÍDIO QUE ISRAEL PRATICA CONTRA O POVO PALESTINO.

[…] Ainda, é importante observar que a USP possui uma série de vínculos com universidades israelenses, inclusive possui espaço físico dedicado a Israel na AUCANI. Nesse sentido, indo contra todo o movimento global de solidariedade ao povo palestino, que sofre genocídio há sete décadas, a USP mantém seus laços com Israel e policia os alunos que se manifestam. A mesma USP que ameaçou jubilar milhares de calouros ano passado por conta da greve mostra novamente a quem serve e seus interesses. A USP está nas mãos da burguesia e contra todos os trabalhadores do país. A USP está nas mãos do sionismo e contra o povo palestino!

NÃO VÃO NOS INTIMIDAR, DO RIO AO MAR, PALESTINA LIVRE JÁ!
REVOGAÇÃO IMEDIATA DO REGIME DISCIPLINAR DA DITADURA!

Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link