A Venezuela resiste e Gleisi Hoffmann acerta ao participar da posse de Maduro. Por Afrânio Silva Jardim

Atualizado em 10 de janeiro de 2019 às 8:46
Gleisi Hoffmann (foto de Eduardo Matysiak)

PUBLICADO ORIGINALMENTE NO FACEBOOK DO AUTOR

VENEZUELA RESISTE E DÁ MAIS UM GRANDE PASSO EM DIREÇÃO AO ALMEJADO SOCIALISMO DEMOCRÁTICO.

APÓS GRANDE VOTAÇÃO NAS RECENTES ELEIÇÕES
PRESIDENCIAIS, NICOLAS MADURO TOMARÁ POSSE, NOVAMENTE, COMO PRESIDENTE DA VENEZUELA.

Muitos países não querem reconhecer esta eleição, na verdade, por questões ideológicas. Eles e seus empresários estão boicotando, com a ajuda da grande mídia comercial, a tentativa de se introduzir o socialismo democrático no país irmão.

Ninguém aponta e traz prova de qualquer irregularidade em tais eleições, apenas falam que elas não foram legítimas e justas … Como assim ???

A situação do Brasil ainda é mais delicada, pois o Ministério das Relações Exteriores questionou a legitimidade das eleições do Maduro pelo fato de o seu maior opositor estar preso e não ter podido concorrer no pleito.

Isto é de uma hipocrisia alarmante. A prevalecer este argumento, a eleição do Capitão truculento, aqui no Brasil, também é ilegítima e injusta. Pois o líder disparado nas pesquisas de opinião pública – ex-presidente Lula – também foi mantido preso e não pôde concorrer nas eleições, mesmo com manifestação em sentido contrário da ONU. Dois pesos, duas medidas.

Como socialista, também gostaria de estar na Venezuela no dia de amanhã. Depois de Allende, no Chile, esta é mais uma tentativa de instaurar uma economia socialista através dos meios democráticos, com eleições e sem violência política, salvo aquela usada para evitar golpes de Estado, tentados pelas forças de Direita, auxiliadas pelos Estados Unidos.

Julgo, pois, correta a presença da senadora Gleisi Hoffman.

Os socialistas devem estar juntos para resistir a esta onda conservadora e retrógrada que se espalha pelo mundo todo. Como a história avança através das forças sociais que se opõem, em breve, voltaremos a ter esperanças mais concretas de que a justiça social ainda será possível neste mundo desigual e egoísta.

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Afranio Silva Jardim, professor de Direito da Uerj