O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou presença na noite desta quarta-feira (30) na Neo Química Arena, em Itaquera, onde acompanhou a vitória do Corinthians sobre o Palmeiras pela Copa do Brasil. No camarote, celebrou com entusiasmo o gol de Memphis Depay, que garantiu o triunfo do Timão.
Horas antes, Moraes havia sido alvo de sanções por parte do governo dos Estados Unidos, sob a justificativa da chamada “Lei Magnitsky”. Mesmo diante da tentativa de intimidação internacional, o ministro apareceu em público com postura serena e firme — e não se escondeu. Durante a partida, reagiu com um gesto simbólico — o dedo do meio em riste —, interpretado por muitos como resposta direta à ofensiva promovida por aliados de Donald Trump e figuras próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A reação dividiu opiniões, mas também foi vista como sinal de que Moraes não se abate diante de pressões externas. O gesto ganhou força simbólica ao ocorrer num ambiente popular e ligado às suas raízes — um estádio de futebol, onde o ministro, torcedor assumido do Corinthians, reforçou sua imagem de figura pública que não evita confrontos quando considera que princípios democráticos estão em jogo.
Mais cedo, o Tesouro dos EUA acusou Moraes de liderar uma “caça às bruxas ilegal”, ecoando críticas do bolsonarismo. A resposta do Supremo veio em nota firme, afirmando que o julgamento de crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado de 2022 é responsabilidade exclusiva da Justiça brasileira. O STF reiterou que todas as decisões do ministro relator foram validadas por seus pares e que as investigações da PGR apontam para ações graves contra a democracia, inclusive planos de assassinato de autoridades públicas.
